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Governador reúne equipe para definir novas ações emergenciais de convivência com a seca na Bahia

Foto: Amanda Ercília/GOVBA
O governador Jerônimo Rodrigues reuniu, na manhã deste domingo (6), no Centro de Operações e Inteligência (COI), no Centro Administrativo da Bahia, secretários estaduais e dirigentes de órgãos ligados à defesa civil, segurança hídrica, desenvolvimento rural, assistência social, entre outros, com o objetivo de consolidar estratégias e definir novas e próximas ações do Governo do Estado para a convivência com a seca prolongada que afeta diversas regiões do estado. A reunião com a equipe serviu como base para a elaboração de um plano emergencial que será apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ainda nesta semana, em Brasília.
“A Bahia sempre teve embates firmes com os efeitos da seca. É histórico. Mais de 70% do nosso território é semiárido, e agora temos regiões em transição para condição de áridas, praticamente em processo de desertificação”, explicou Jerônimo. O governador destacou que, atualmente, cerca de 70 municípios já decretaram situação de emergência, e esse número deve aumentar nos próximos dias. “O decreto facilita o acesso a recursos federais e o aporte do próprio Estado para ações emergenciais.”
Segundo ele, as iniciativas incluem limpeza de aguadas, apoio com carros-pipa, construção de cisternas e entrega de equipamentos para alimentação animal. “Nós já tivemos reuniões com o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, e voltaremos a Brasília com um documento mais denso, definindo responsabilidades dos Municípios, do Estado e da União. Com isso, poderemos anunciar novos investimentos em até dez dias.”
O secretário estadual de Desenvolvimento Rural, Osni Cardoso, reforçou a gravidade da situação e a importância do planejamento coordenado. :: LEIA MAIS »
MOC cobra um novo decreto de emergência, devido à seca no Município

Conceição Borges, presidente do MOC – Foto: Divulgação/CMFS
Embora a seca esteja assolando a zona rural de Feira de Santana, o poder público municipal não tem feito esforços para amenizar o sofrimento dos agricultores familiares. Uma demonstração disto é que, até a presente data, O Movimento de Organização Comunitária (MOC) está apelando, ao Poder Executivo Municipal, que decrete situação de emergência em Feira de Santana. A reivindicação foi feita nesta terça-feira (13), na Tribuna Livre da Câmara, pela presidente do órgão, Conceição Borges. “Sem a edição deste documento, não podemos trazer políticas públicas que poderiam auxiliar neste momento. Infelizmente, não observamos nenhum movimento que garanta a esta população o mínimo para continuar vivendo no campo”, criticou.
Conceição chamou a atenção das autoridades municipais para os prejuízos que estão ocorrendo na produção. Por este motivo, entende, a questão “precisa ser tratada para além da perda da safra”. Elaborar um plano de convivência com o semiárido, potencializar quintais produtivos e investir em ações relacionadas ao armazenamento de água, foram algumas das sugestões citadas pela dirigente.
Além dessas medidas, ela diz, a Prefeitura poderia firmar parcerias com instituições como a Universidade Federal do Recôncavo (UFRB) e Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS), visando adotar ações preventivas. “A gente precisa trazer para o debate questões como reflorestamento, crise climática e reuso da água. A partir do momento que trabalharmos com isto, saberemos conviver com a falta de chuvas e teremos soluções para assuntos relacionados à geração de renda”, afirmou. Estas discussões, ressaltou, não são pautadas dentro do Conselho de Desenvolvimento Rural.
Também usando a palavra na Tribuna Livre, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores da Agricultura Familiar de Feira, Adriana Lima, informou que a entidade encaminhou ofício ao prefeito Colbert Filho cobrando o decreto de situação de emergência. “A seca tem provocado muitos transtornos na zona rural do Município. Há falta de água e alimento, o que tem gerado desespero em muitas comunidades, onde sequer existe o necessário para consumo humano”, explicou a sindicalista. :: LEIA MAIS »
Prefeitura de Feira de Santana doa cestas básicas a famílias que enfrentam a seca na zona rural
A Prefeitura Municipal de Feira de Santana (PMFS) iniciou a distribuição de cestas básicas às famílias em situação de vulnerabilidade social e moradores dos distritos afetados diretamente pelo prolongamento da seca [situação de emergência reconhecida pela União]. O benefício eventual está sendo concedido a quem não possui transferência de renda do Governo Federal.
O secretário de Desenvolvimento Social, Denilton Brito, destaca que os recursos para a aquisição de mais de 3 mil cestas foram do Tesouro Municipal e que essa ação faz parte da política de assistência social prestada a população, sobretudo aos mais vulneráveis da zona rural. “As ações vêm colaborando no combate à fome e insegurança alimentar, além de buscar amenizar os impactos da seca na vida das famílias mais vulneráveis”, afirmou. Já foram atendidas famílias dos distritos Maria Quitéria (São José) e Jaguara, além dos bairros Jussara e Cidade Nova.
Segundo a chefe ds Divisão de Vigilância Socioassistencial da SEDESO (Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social), Alda Carmo, a previsão de que duas mil famílias em Feira de Santana sejam contempladas com as cestas básicas. :: LEIA MAIS »
Governo anuncia plano de enfrentamento à estiagem e seca na Bahia e entrega equipamentos para cidades atingidas

Foto: Feijão Almeida/GOVBA
Em reunião com prefeitos de municípios baianos, realizado na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), localizada no Centro Administrativo (CAB), nesta sexta-feira feira (15), o governador Jerônimo Rodrigues anunciou um plano de ações emergenciais para monitoramento e mitigação dos impactos da seca e enfrentamento da estiagem que assolam diversos municípios do estado. A situação de emergência é agravada em decorrência das mudanças climáticas, que se acentuam este ano, com o fenômeno El Niño. A previsão é de que sejam investidos R$ 834,5 milhões em ações emergenciais e continuadas, dos quais R$ 491,5 milhões são de recursos do Governo do Estado e outros R$ 343 milhões, do Governo Federal.
O governador enfatizou que as ações devem ser integradas entre as gestões municipais, estadual e federal. “Vamos desburocratizar as ações, respeitando todos os órgãos de controle, Tribunal de Contas do Estado, Tribunal de Contas do Município, Ministério Público, Tribunal de Justiça, para que assim a gente possa repassar recursos públicos, fundo a fundo, tanto da União, quanto do Estado. Pedi ainda que a Secretaria da Fazenda e a Casa Civil possam assim ver se podemos remanejar algum recurso”, declarou Jerônimo Rodrigues.
A iniciativa do Governo da Bahia de monitoramento e alívio sobre impactos da estiagem e seca tem como alvo as comunidades afetadas e os produtores agrícolas e pecuários, de 164 municípios que estão em situação de emergência.
O presidente da UPB e prefeito de Belo Campo, José Henrique Tigre, o Quinho, pontuou que a instituição vai intermediar a situação junto aos demais órgãos e esferas de governo. “Tivemos importantes reuniões com o Governo Federal e hoje com o governador, que também tem mantido contato com os principais ministérios que podem ajudar. Vamos viabilizar um formato de como esses recursos vão chegar ao interior, em caráter emergencial”. :: LEIA MAIS »
Governador participa da assembleia geral do Consórcio Nordeste e trata de assuntos relacionados à estiagem com a Sudene

Foto: José Wagner/GOVCE
O governador Jerônimo Rodrigues cumpriu agenda de compromissos, nesta quarta-feira (13), em Recife, capital pernambucana, onde participou da assembleia geral do Consórcio Nordeste, e da 32ª reunião do Conselho Deliberativo da Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), que contou com a presença do Ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, dos representantes dos governos dos 11 estados da área da Sudene, além das entidades representativas dos setores produtivo e do trabalho. Os dois eventos foram realizados no Instituto Ricardo Brennand, no bairro Várzea.
“Mais uma vez, aqui tratamos do tema da estiagem, e eu estou me comprometendo com a Bahia que, na próxima sexta-feira (15), a nossa meta é lançar um plano de enfrentamento da estiagem juntamente com a união dos prefeitos, com a federação dos consórcios, com os deputados estaduais e federais e com o presidente Lula”, declarou Jerônimo durante reunião da Sudene, que também deliberou sobre as diretrizes e prioridades de aplicação dos recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) e do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE).
O colegiado discutiu, ainda, sobre as principais ferramentas de concessão de crédito da carteira de instrumentos da Sudene, além dos fundos regionais que oferecem condições facilitadas de financiamento para empreendedores dos mais variados portes, e as propostas de atualização para o Plano Regional de Desenvolvimento do Nordeste (PRDNE). Uma das novidades é a inclusão de um programa específico para fortalecimento da cultura e economia criativa.
Consórcio Nordeste
Em seguida, integrantes e representantes do Consórcio Nordeste apresentaram propostas e sugestões sobre o tema da estiagem e um Documento Sobre a Situação da Seca na região, além do orçamento do Consórcio Nordeste e do balanço do Ano de 2023. :: LEIA MAIS »
ACM Neto cobra do governador medidas para mitigar as consequências da seca: “Pessoas estão morrendo de fome e de sede”

ACM Neto – Foto: Divulgação/Ascom
O secretário geral do União Brasil e ex-prefeito de Salvador, ACM Neto, cobrou do governador Jerônimo Rodrigues (PT) medidas para enfrentar as graves consequências provocadas pela seca na Bahia, em especial no semiárido. Ele ainda criticou a demora do governo em apresentar ações para mitigar a crise, uma vez que os efeitos do fenômeno El Niño já eram esperados e a situação da seca no Estado já vem se agravando.
“A verdade é que o poder público, principalmente o governo do Estado, poderia estar tomando medidas e não é de hoje, porque a questão da seca vem se agravando ao longo do tempo. Quando a gente olha quais são as políticas públicas que o governador, que já está completando um ano à frente do governo do Estado, fez pela Bahia, a gente não percebe grandes obras de barragens, não percebe obras que levem segurança hídrica ao homem do campo”, afirmou.
Ele lembrou ainda que faltam ações de estímulo aos pequenos produtores, linha de financiamento e políticas sociais, “porque chega num ponto que a pessoa está desesperada, não tem como sobreviver, falta comida no prato de casa”. Neto destacou que esta é a pior seca dos últimos 40 anos no estado. Já são mais de 130 municípios em situação de emergência e mais de 2 milhões de pessoas afetadas diretamente.
“E cadê o governo do Estado? Bom, governador Jerônimo Rodrigues, mais uma vez eu utilizo aqui a minha voz para fazer um apelo. O senhor que se diz um homem que vem do interior, que já foi secretário que tratou da área rural, por favor, governador, está na hora do senhor adotar políticas sérias que permitam aos baianos ter uma perspectiva de vida, que é o que está faltando hoje. Há milhões de pessoas que são vítimas da seca”, disse. :: LEIA MAIS »
Em reunião da FNP, prefeito de Feira de Santana defende atuação proativa dos governos no enfrentamento à seca

Foto: Wesley Amaral/FNP
O alerta sobre o agravamento da seca no Brasil, especialmente no Nordeste, foi o tema abordado pelo prefeito Colbert Martins Filho na 85ª Reunião Geral da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), em Brasília/DF, nesta terça-feira, 28. Colbert, que é vice-presidente da Infraestrutura da FNP, observou que, segundo institutos de pesquisa, a influência do fenômeno El Niño e o aquecimento do Atlântico Tropical Norte manterão as chuvas abaixo da média na região até janeiro de 2024.
“Na Bahia, mais de 90 municípios decretaram estado de emergência por causa da estiagem. Uma das cidades atingidas é Feira de Santana, o segundo maior município baiano. Regiões da zona rural de Feira de Santana têm sido abastecidas por caminhões-pipa para não ficarem completamente sem água potável”, frisou.
Ele explicou durante o encontro que Feira de Santana está na transição da zona úmida para a zona árida do estado da Bahia e a maior parte do seu território é referente à zona rural. “Passam pelo município algumas das principais bacias hidrográficas do estado da Bahia, que tendem a sofrer diminuição nos seus níveis nos próximos meses”, salientou.
Conforme o prefeito, a projeção é que haja em torno de 9 mil estabelecimentos agrícolas na zona rural de Feira de Santana, que garantem o sustento das famílias. “Desses, 75% ou cerca de 7 mil têm até 2 hectares, que equivalem a, aproximadamente, 6 tarefas de terra. Então, a maioria desses, certamente, está vinculada à agricultura familiar e, neste momento, está sofrendo com a seca”, apontou.
Colbert destacou ainda que diante da gravidade dos dados e constatando o impacto que esse processo tende a provocar para o empobrecimento do povo sertanejo, espera que o governo federal, em união com os estados e municípios afetados, atue de forma proativa e não paliativa. “Buscamos perenizar soluções que abram novas perspectivas para o desenvolvimento regional e, objetivamente, passe a fomentar a implantação de projetos que permitam a convivência com a seca”, concluiu. :: LEIA MAIS »
Vitória da Conquista: Por causa da seca na zona rural, situação de emergência é decretada

Foto: Divulgação/PMVC
A estiagem que se abate sobre a zona rural de Vitória da Conquista levou a prefeita Sheila Lemos a decretar situação de emergência nos distritos de Bate-Pé, Dantelândia, Inhobim, São Sebastião, Cabeceira do Jiboia, São João da Vitória, Cercadinho, Iguá, Veredinha, Pradoso e José Gonçalves. O Decreto nº 22.562, foi publicado hoje (5), no Diário Oficial do Município.
A estiagem se deve à escassez de chuva nessas regiões, desde 2015, apesar das chuvas torrenciais do final do ano e primeiros dias de 2023. Por ter a maior parte de sua área no semiárido, mesmo com alguns períodos de chuvas intensas, a média histórica de chuvas dos últimos anos não tem sido suficiente para combater os efeitos da seca. A insuficiência de chuva prejudica o desenvolvimento das pastagens e a reposição dos mananciais, comprometendo a pecuária de leite e de corte e a ovinocaprinocultura da região.
As aguadas se encontram, em sua maioria, com nível baixo. Além disso, as reservas destinadas ao abastecimento humano também estão se esgotando – e, em vários locais do interior do município, há informações de reservatórios que já secaram.
Operação Carro-Pipa
Um dos principais objetivos do decreto é a manutenção da Operação Carro-Pipa, que tem como requisito a vigência do Reconhecimento Federal da Situação de Emergência. Executada pelo Exército Brasileiro e fiscalizada pelo Município, por meio da Defesa Civil, a operação oferece, atualmente, 16 lotes de credenciamento, mas, devido ao desinteresse dos prestadores de serviço, somente 12 lotes estão ativos – o que corresponde a cerca de 9 mil pessoas que vivem na Zona Rural conquistense e necessitam do fornecimento de água potável. :: LEIA MAIS »
Pedro Américo fala que Estado interrompeu parceria que ajudava zona rural de Feira de Santana contra a seca

Vereador Pedro Américo (DEM)
O vereador Pedro Américo (DEM), em seu pronunciamento na manhã desta segunda-feira (15), na Câmara Municipal de Feira de Santana, informou que o Governo do Estado interrompeu, em 2016, uma parceria mantida com a Prefeitura de Feira de Santana para oferta de carro-pipa e de outras ações de combate à seca. Pedro era, na época, coordenador da Defesa Civil, órgão da Secretaria de Prevenção à Violência e Promoção dos Direitos Humanos
O vereador disse que foi mantido um relacionamento institucional saudável com o então superintendente estadual de Defesa Civil, Rodrigo Hita, “homem sensível e democrático”, que disponibilizou oito veículos para socorrer a zona rural de Feira de Santana. “Por uma ordem sabe-se lá de quem essa parceria foi encerrada, mesmo diante de um quadro de calamidade pública que se enfrentava, com uma das piores estiagens da história da cidade”, disse.
Conforme o edil, a situação se agravou com o “sucateamento” da CERB (Companhia de Engenharia Rural da Bahia). “O órgão não atendeu a ofícios da administração de Feira de Santana solicitando perfuração de poços”. :: LEIA MAIS »
Angelo Almeida solicita ações de convivência com a seca para região de Curaçá
Uma comissão do município de Curaçá – 547 km de Salvador, participou nesta segunda-feira, 3, de uma extensa agenda organizada pelo deputado estadual Angelo Almeida (PSB). Na pauta, a luta pela convivência com a seca. Durante reunião com representantes do Governo do Estado, o Secretário de Infraestrutura, Marcus Cavalcante e o Superintendente de Energia, Celso Rodrigues, foi apresentada a demanda de mais de 2.000 famílias de pequenos produtores rurais que clamam por energia pra irrigação às margens do Rio São Francisco, numa extensão de 125 km. “A implantação de novos sistemas de irrigação através de uma extensão de energia elétrica pode transformar a vida de milhares de baianos, principalmente agora que o governador Rui Costa está garantindo o escoamento da produção através da nova BR 210, beneficiando o território”, afirmou o deputado Angelo Almeida.
O deputado solicitou ainda, através de ofício, a extensão das obras de pavimentação ligando a BA 210 às sedes dos povoados de Pedra Branca, Riacho Seco e Agrovilas. Integraram a comissão as lideranças da região Flamber Feitosa, Hélio Santos, Rodrigo Santos, Leanderson Lopes e Antônio de Bentinho.
Secretaria Nacional decreta situação de emergência e Prefeitura trabalha para diminuir efeitos da seca
A Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) decretou situação de emergência em Vitória da Conquista e outros 28 municípios do sudoeste baiano por consequência da longa estiagem deste ano. A cidade, localizada na região semiárida do estado, tem sua zona rural como área mais prejudicada pela falta de chuva. Entretanto, a Prefeitura Municipal já está atuando para diminuir os efeitos da seca. O coordenador municipal da Defesa Civil, Ubaldino Figueiredo, revela que a situação dos distritos e povoados é preocupante. “O grande problema é a falta de estrutura dessas regiões para o abastecimento de água potável. Em algumas localidades, como Bate Pé e Cercadinho, a escassez é absoluta. Em outras, como São Mateus e Serra da Bela Vista, por exemplo, há poços, mas a água é salobra, o que impossibilita o uso doméstico”, relata o coordenador.
Segundo Ubaldino, para efeitos de comparação, em localidades como a de Olho D’água dos Monteiros, houve, em média, 53 milímetros de precipitação, enquanto na sede do município, a média registrada foi de 123 milímetros. “Os meses de maio, junho, julho e agosto, em geral, são meses de baixas pluviométricas. A Defesa Civil faz o controle dessas áreas através de estações semiautomáticas para medir a chuva, instaladas em diferentes localidades da zona rural”, informa. O coordenador ainda ressalta ser imprescindível o armazenamento de água em reservatórios nos períodos de chuva, “recomendamos às pessoas dessas localidades a armazenarem água em caixas extras, pois a chuva é uma água que pode ser tratada mais facilmente”, destaca. Ubaldino complementa ainda que a situação da zona urbana não é tão preocupante, mas avisa que a Defesa Civil tem acompanhado a situação da barragem junto à Empresa Baiana de Saneamento e Águas (Embasa). Ele ressalta a importância do monitoramento das áreas que sofrem com a seca e também com as enchentes nos meses de chuva: “A equipe técnica da Defesa Civil atua nos dois extremos, desde as enchentes aos períodos de seca total. O planejamento é essencial para sanar os problemas da população”, garante o coordenador.
Para o secretário municipal de Agricultura, José William Nunes, há um empenho grande da Prefeitura em mitigar a falta de água na zona rural do município: “o prefeito municipal está empenhado em resolver e já determinou aos setores responsáveis do governo que não meçam esforços para o aluguel de carros pipa de forma imediata.” José William ainda adverte que a população atingida pela seca é a maior em anos e que a falta de água é um dos maiores problemas da cidade. “Os carros pipa do Exército Brasileiro não dão conta da grande demanda. Temos hoje mais de 300 pedidos abertos”, salientou. O secretário ainda manifestou um apelo direcionado às famílias que têm sofrido com a falta de água: “em situações de emergência como essas, a água deve ser destinada prioritariamente para o consumo humano. Para outras atividades, deve se buscar alternativas, mas o mais importante é o consumo, a higiene pessoal e também os animais”.
Recebidos por ministro, prefeitos buscam apoio para convivência com a seca
Uma comissão de prefeitos baianos se reuniu com o ministro da Integração Nacional, Antônio de Pádua Andrade, na manhã desta quarta-feira (11), em Brasília. Liderados pelo presidente da União dos Municípios da Bahia (UPB) Eures Ribeiro, os gestores cobraram a ampliação da Operação Carro-Pipa no interior do estado, onde 183 municípios têm decretado estado de emergência por conta da estiagem prolongada. Eures Ribeiro explica que em alguns municípios o serviço chegou a ser suspenso e onde foi mantido os moldes do abastecimento não atendia. “De nada vale a operação se o abastecimento não for feito em cada unidade e não apenas nas caixas comunitárias, onde a população precisa carregar a água por quilômetros de distância”, disse o gestor que também é prefeito de Bom Jesus da Lapa e vice-presidente da Confederação Nacional de Municípios (CNM).
Em resposta, o ministro determinou a imediata retomada do abastecimento e convocou para próxima semana uma reunião entre a UPB, o Exercito Brasileiro, que é responsável pelos carros-pipa, e a Companhia de Desenvolvimento do Vale do São Francisco (Codevasf) para tratar detalhes da forma de entrega da água. Foi discutido ainda a construção de uma adutora de engate rápido nos municípios de Cordeiros, Mortugaba e Condeúba, que abastecem carros-pipa no estado de Minas Gerais, em uma distância média de 50km. A expectativa é avançar nas ações de convívio com a seca para atender o período de escassez maior de chuvas nos meses de agosto e setembro, conforme apontou os prefeitos. Ficou acertado ainda que nos próximos dias, outros 29 municípios baianos devem receber a homologação do decreto de emergência por parte do Ministério da Integração Nacional para ter acesso a essa assistência.
Fizeram parte da comissão atendida pelo ministro Antonio de Pádua os prefeitos de Belo Campo – José Henrique Tigre, de Anagé – Elen Zite, Bom Jesus da Serra – Edinaldo Meira, Mortugaba – Rita de Cássia, Cordeiros – Delci Alves, Igaporã – José Suly, Condeúba – Silvan Baleeiro e Tremedal – Márcio Ferraz. Acompanhou também a reunião o deputado federal Arthur Maia.
Do cacau à mandioca, seca é elemento marcante no Censo Agro da Bahia
Entre estradas lamacentas e esburacadas, bois, alguns informantes desconfiados e cães bravos, os recenseadores do Censo Agro 2017 desbravam a área rural de cada região do Brasil em busca das informações que vão desenhar o retrato do setor agropecuário do país. E na Bahia, maior estado rural brasileiro, não é diferente.
Mas nem só de desventuras vive um recenseador. Nesses caminhos, onde às vezes só passa uma motocicleta por vez, há receptividade e histórias de vida por trás de cada questionário. Há o casal que se nega a abandonar o sítio mesmo com a saúde frágil; tem também o agricultor que não se limita a responder as perguntas e relembra emocionado sua prisão e tortura no Regime Militar. Pessoas simples e receptivas que não aceitam que o recenseador vá embora sem antes tomar, pelo menos, um cafezinho. Às vezes tem até almoço e chocolate artesanal!
“Todo mundo é bem receptivo e quer que a gente beba alguma coisa. Eles ficam até chateados se a gente não aceitar, aí faz caldo de cana, suco”, comenta a recenseadora Thalita Moreno, que está atuando no município de Ilhéus, no Sul do estado. Ela diz que está contando com a ajuda de uma moradora local para chegar às propriedades de difícil acesso e, assim, finalizou um dos setores censitários de Ilhéus em duas semanas.
O setor finalizado por Thalita está entre os 1.732 que haviam sido concluídos na Bahia até o dia 24 de novembro deste ano, o que representa quase 13% dos 13.250 setores existentes no estado. A coleta do Censo Agro 2017 na Bahia já foi iniciada ou concluída em mais de 43% do total.
“A coleta está indo relativamente bem. Ela já foi concluída em quase 2 mil setores e está em andamento atualmente em cerca de 2,3 mil setores. Agora a expectativa é ficar de olho na supervisão, no pagamento, na conclusão dos estabelecimentos e no acompanhamento da qualidade do dado”, avalia o coordenador Operacional do Censo Agro na Bahia, André Urpia.
Seca e praga: triste realidade do campo baiano
Aos poucos, o retrato rural baiano vai se formando. Em Ilhéus, por exemplo, os recenseadores começam a constatar uma triste realidade: o principal município produtor de cacau da Bahia e segundo produtor nacional da fruta vem enfrentando uma dura batalha contra a seca e a vassoura de bruxa. De 2015 para 2016, a produção no estado caiu pouco mais de 42 mil toneladas, segundo resultados da Pesquisa Agrícola Municipal (PAM), do IBGE.
“A produção de cacau ainda está sofrendo muito com a vassoura de bruxa. Então eles [os produtores] estão plantando cupuaçu dentro da roça de cacau, porém metade do cupuaçu é perdida porque não tem venda. Na hora que a gente vai entrevistar percebe aquele olhar pesado, triste”, relata Thalita.
Por conta dessa baixa, os produtores rurais estão se desfazendo dos estabelecimentos, o que dificulta na coleta das informações: “Como são novos produtores, a informação coletada será só sobre o plantio, já que não houve colheita no período de referência” explica a supervisora Andrea dos Anjos.
O problema da seca se repete em outras regiões da Bahia. Em Serrinha, no Nordeste do estado, a falta de chuvas comprometeu safras inteiras, como relata o agricultor Jucelino Cardoso. “O clima aqui em outros tempos já foi muito bom, mas hoje é difícil porque nem sempre a gente pode colher. Neste ano ainda tivemos um pouco de feijão, mas perdemos quase 90% da safra do milho”, conta.
Um dos recenseadores que atuam na região, Lucas Costa confirma: “O perfil [que tenho constatado] é o de subsistência porque ultimamente o clima não está contribuindo. A produção não está sendo tanta, então não dá pra comercializar”, relata, explicando que as culturas mais encontradas até agora são as de feijão, milho e mandioca. “O que mais mexeu comigo é a pessoa que está em uma situação sofrida, que vive da roça e não tem outro meio de viver e acaba passando necessidade”, conta.
A mandioca é outro produto atingido pela seca na Bahia
Em Barreiras, no Oeste baiano, região com produção agrícola de alto valor, concentrada, sobretudo, em grãos como a soja e o algodão, a realidade se repete, como explica o recenseador e engenheiro agrônomo Maxuel Araújo. “Ainda não choveu na cidade neste ano e, das áreas que visitei e são irrigadas, algumas diminuíram a frequência da irrigação”, diz, acrescentando que alguns produtores estão preparando as terras à espera de chuvas previstas para a primeira quinzena de novembro.
Este é apenas um recorte da realidade agropecuária na Bahia, coletado nas propriedades visitadas por Thalita, Lucas e Maxuel, que estão entre os pouco mais de 260 mil estabelecimentos recenseados até o dia 22/11, o que corresponde a aproximadamente 34,1% do total esperado para o estado (cerca de 760 mil).
Até o fim da coleta, em fevereiro de 2018, muitas outras realidades devem ser conhecidas, como explica o chefe da Unidade Estadual do IBGE na Bahia (UE/BA), Artur Ferreira Filho: “O objetivo do Censo Agropecuário é informar em números o quadro e a estrutura do sistema produtivo do setor. Lógico que serão mostradas as regiões onde a produção está mais afetada, por exemplo, por fatores climáticos, onde as culturas não estão bem adaptadas. E vai mostrar também regiões onde o quadro é diferente”, esclarece, acrescentado que os resultados do Censo Agro podem beneficiar os produtores rurais.
“O Censo pode trazer benefícios para o homem do campo, pois, com a análise dos dados, os órgãos governamentais podem direcionar as políticas públicas para aquelas regiões onde o fator climático está afetando muito a cultura ou direcionar uma alteração no sistema produtivo, fomentando uma cultura mais resistente à seca. E quanto às regiões que já estão beneficiadas pelos fatores climáticos, pode incentivar ainda mais o aumento da produtividade.
Em virtude da seca, União reconhece estado de emergência em Ibititá
Devido à longa estiagem que a região enfrenta nos últimos meses, a União reconheceu o Estado de Emergência da cidade de Ibititá, nesta segunda-feira (27). O Estado da Bahia já havia reconhecido a situação há algumas semanas. Com a medida, as prefeituras citadas passam a ter acesso às ações emergenciais da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec) para socorro, assistência e restabelecimento de serviços essenciais, como o abastecimento de água potável à população.
Além de viabilizar o acesso aos programas de fornecimento de água tratada, como a Operação Carro-Pipa, o reconhecimento também permite que os municípios tenham direito a outros benefícios, como a renegociação de dívidas no setor de Agricultura, a aquisição de cestas básicas e o apoio do Banco Nacional de Desenvolvimento (BNDES) para a retomada da atividade econômica nas regiões afetadas.
Segundo o prefeito Cafu Barreto, o município não tem medido esforços para atravessar este momento delicado. “Estamos buscando todas as alternativas para amenizar os efeitos da seca na vida das famílias ibititaenses. Vamos buscar parcerias com o Estado e União para trazer recursos e investimentos para melhorar a vida da nossa gente”, finalizou o gestor.