:: ‘Obras Sociais Irmã Dulce (OSID)’
Governo assina convênio de R$14,4 milhões para duplicar leitos de UTI nas Obras Sociais Irmã Dulce

Foto: Thuane Maria/GOVBA
O governador Jerônimo Rodrigues assinou, nesta terça-feira (26), um convênio de R$14,4 milhões com as Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) para a implantação de 30 novos leitos de UTI no Hospital Santo Antônio, em Salvador. A medida permitirá dobrar a capacidade de atendimento intensivo da unidade, que passará de 30 para 60 leitos, sendo 50 adultos e 10 pediátricos. Uma ambulância e um veículo Tratamento Fora do Domicílio (TFD) também foram entregues durante cerimônia de anúncio do investimento estadual.
“Cada investimento, cada centavo que a gente deposita na saúde, é pra gente melhorar o atendimento, a assistência, mas eu tenho um foco muito grande no tema da regulação. Por isso, os investimentos que a gente faz, aqui, no Irmã Dulce, no Hospital da Mulher, é para melhorar a regulação, melhorar o atendimento à população, mas também com uma atenção a nossa regulação, dando celeridade aos atendimentos”, destacou Jerônimo Rodrigues.
A medida atende a uma demanda crescente da unidade, localizada na cidade baixa. Segundo informações da Secretaria da Saúde (Sesab), o Hospital Santo Antônio recebe em média 90 solicitações mensais de vagas de UTI clínica e cerca de 100 para UTI cirúrgica. Em 2015, a instituição dispunha de apenas 20 leitos de UTI, ampliados para 30 no ano seguinte. Com a nova expansão, o hospital se aproxima do parâmetro recomendado de ter 10% de sua capacidade em cuidados intensivos.
A secretária da Saúde da Bahia, Roberta Santana, destacou que a ampliação não se restringe a números. “Esse é um hospital de grande referência para a Bahia, não só para a macrorregião de Salvador. A gente tem a oportunidade todos os dias de atender pessoas que vêm de diversos municípios do estado. Então, a gente não só amplia para Salvador e região, mas, sobretudo, impacta a rede assistencial da média e alta complexidade de toda a Bahia”, sublinhou.
A superintendente da Osid, Maria Rita Lopes Pontes, sobrinha da Santa Dulce dos Pobres, lembrou que a expansão fortalece a missão histórica da instituição. :: LEIA MAIS »
Sob ameaça de descontinuar atendimento à população, OSID encerrará o ano com déficit de R$30 milhões

Foto: Divulgação/OSID
Vivendo a pior crise financeira da sua história, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), instituição que abriga um dos maiores complexos de saúde do Brasil com atendimento 100% gratuito, devem fechar o ano de 2022 com um déficit operacional de mais de R$ 30 milhões (R$ 20 milhões negativos do atual exercício, somados ao déficit acumulado de 2021, de R$ 11 milhões). Com isso, a entidade fundada por Santa Dulce dos Pobres, que acolhe quase 3 milhões de pessoas por ano na Bahia, já enfrenta um risco real de descontinuidade dos serviços prestados à população, sobretudo aos mais necessitados.
A delicada perspectiva financeira da OSID é decorrente do subfinanciamento do SUS, cujo contrato não é reajustado há 5 anos. O cenário foi ainda agravado com o enfrentamento da pandemia da Covid-19 e com o avanço da inflação nos preços dos insumos, como material hospitalar e medicamentos, em mais de 10% em 2021 e de 6% no ano corrente.
De acordo com o gestor Administrativo e Financeiro das Obras Sociais, Milton Carvalho, no valor devido impactam também as contas de serviços essenciais para o funcionamento da instituição. Só com o combo energia, telefonia e água, o gasto total de janeiro a outubro de 2022 foi de quase R$ 6 milhões. “A OSID vem buscando medidas para tentar reduzir o déficit projetado para dezembro deste ano, investindo em uma política de redução de custos e buscando aumentar as doações”. Mas mesmo com todo o esforço, segundo a superintendente da entidade e sobrinha de Irmã Dulce, Maria Rita Pontes, “o cenário é extremamente preocupante, pois a OSID sempre fez muito com poucos recursos, mas o pouco de hoje está pouco demais”.
“A preocupação é grande, porque o déficit representa um volume muito elevado, de modo que estamos com dificuldades em fechar as contas deste ano. Estamos à espera de um milagre, que pode vir através da população, da iniciativa privada e do apoio governamental”, afirma Milton, alertando para uma perspectiva de interrupção dos serviços da organização. :: LEIA MAIS »