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:: ‘Mulheres Negras’

Lançamento da Antologia “Mulheres Negras: Vozes, Olhares e Mãos” em Feira de Santana

Antologia Mulheres Negras - Legenda_ “Escrevivências é o ato de escrever a partir das experiências de vida, com um olhar crítico e transformador”. - Conceição Evaristo.

Foto: Divulgação/Ascom

Acontece lançamento da Antologia “Mulheres Negras: Vozes, Olhares e Mãos”, dia 03 de agosto de 2025 (domingo), a partir das 09 horas, no Centro Integrado de Educação Municipal Professor Joselito Falcão de Amorim, em Feira de Santana, (ao lado do Fórum Filinto Bastos), com entrada gratuita aberta ao público.

De acordo com a idealizadora da obra, a professora Delma Pereira, a escrita de mulheres negras resiste, resistem às diversas tentativas de apagamentos étnicos, estéticos, culturais e epistêmicos frente às representações legitimadas, ecoando nas suas narrativas, experiências e perspectivas de proporcionar visibilidade, empoderamento no desafio de desmistificar estereótipos e preconceitos. Essa escrita traduz o atravessamento entre raça, gênero e desigualdades sociais, mulheres negras da classe trabalhadora, no enfrentamento às opressões vividas diariamente, inclusive na produção literária.

Organizada pela escritora Delma Pereira, professora da rede municipal de ensino de Feira de Santana, Mestra em Educação Científica Inclusão e Diversidade pela UFRB, além de militante negra e das pessoas com deficiência, palestrante e coautora de outras antologias, é idealizadora desse sonho que se materializa nesse tempo.

A obra é prefaciada pela professora Maria Cristina de Jesus Sampaio, escritora, pesquisadora, doutoranda em Educação pela Universidade Federal de Sergipe e ativista antirracista quilombista. :: LEIA MAIS »

Conceição Evaristo exalta comunicadoras durante encontro da SPM: “é uma escrita que perturba o sono da Casa-Grande”

Conceição Evaristo

Conceição Evaristo – Foto: Thuane Maria/GOVBA

As escrevivências de Conceição Evaristo foram saberes para a construção de diálogos sobre mulheres negras na comunicação na manhã desta sexta-feira (12), no auditório da Procuradoria Geral do Estado (PGE), em Salvador. A escritora, imortal da Academia Mineira de Letras, expôs que a escrita da mulher negra comunicadora “perturba o sono da Casa-Grande” quando um novo estilo e estética para o setor são criados a partir de um olhar crítico de mulheres negras.

“Mesmo que a gente não tenha um discurso construído, não tenha uma teoria formalizada, cada mulher busca seu espaço [profissional], cada mulher que se impõe está contribuindo para a luta de gênero, mesmo sem teorizar sobre isso”, completou Evaristo.

A perspectiva dela sobre o impacto dessas mulheres na comunicação é vista como inspiração para a jornalista Natália Carneiro. “O primeiro ponto, para mim, é a inspiração mesmo. Ela nos coloca o desafio de não desistir da carreira, não desistir dos nossos sonhos e, principalmente, contar a nossa história, que é o que ela faz. Traz as nossas diversas vivências e escrevivências”, analisou.

O encontro de mulheres comunicadoras ‘Elas à Frente na Comunicação: Promoção e Difusão de Direitos’ teve a participação de 150 mulheres e fez parte das ações do Julho das Pretas, da Secretaria de Políticas para as Mulheres do Estado (SPM). A chefe de gabinete da pasta, Aldinha Sena, destacou, ainda, a apresentação do edital Elas à Frente na Comunicação, que será apresentado em um espaço de escuta com as comunicadoras durante a tarde desta sexta-feira (12). :: LEIA MAIS »

Estudo sobre mortes maternas na Bahia revela que mulheres negras compõem o maior percentual no Estado

Estudo sobre mortes maternas na Bahia revela que mulheres negras compõem o maior percentual no Estado

Foto: Dinaldo Silva

Um estudo sobre mortes maternas na Bahia revelou que as mulheres negras compõem o maior percentual dos óbitos no estado, representando 85,15% de um total de 102 mortes maternas. Os dados foram apresentados pela Diretoria de Vigilância Epidemiológica (Divep), órgão da Secretaria da Saúde do Estado (Sesab), durante a reunião do Observatório de Maternidades ocorrida na manhã desta sexta-feira, dia 24, na sede do Ministério Público do Estado da Bahia (MP-BA), no CAB.

De acordo com Karina Santana, enfermeira e sanitarista da Divep, a maior parte dos óbitos ocorreram na macrorregião de saúde leste, representando um total de 27,8% das mortes maternas no estado. Além disso, 15,5% dessas mães são adolescentes e36,4% tem acima de 30 anos. “Essas mulheres trabalham e muitas vezes são a única fonte de renda do lar, geralmente tem mais de um filho e daí, quando elas morrem provocam um desequilíbrio no lar com filhos órfãos e sem a renda que elas geravam”, afirmou Karina Santana. Ela complementou que o perfil das mulheres que morrem na gestação, parto ou puerpério no Estado da Bahia é formado majoritariamente por mulheres negras, com menos de dez anos de estudo, baixa condição socioeconômica, solteiras e com mais de dois filhos. O promotor de Justiça Rogério Queiroz ressaltou a importância do Comitê de Estudos da Morte Materna para se trabalhar na diminuição dos números.

Na Bahia, entre os anos de 2017 a 2021, foram registradas 70,8 mortes maternas a cada 100 mil nascidos vivos. A taxa é considerada alta para a meta de 30 mortes/100 mil nascidos vivos pactuada pelo Brasil com a Organização Mundial de Saúde (OMS) até 2030. A OMS define morte materna a que ocorre durante a gestação ou após 42 dias no puerpério, tendo como causa relacionada a gestação ou as medidas relacionadas a ela. :: LEIA MAIS »

Seminário evidencia desafios de mulheres negras

Mulheres NegrasPromovido pelo Núcleo Cultural, Educacional e Social Odungê com apoio do Governo Municipal, através da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedeso), o XXX Seminário Regional de Mulheres Negras de Feira de Santana evidenciou os desafios a serem enfrentados por mulheres negras, inclusive na zona rural, na incessante luta pela defesa de igualdade racial e de gênero.

Nesta terça-feira, 21, durante todo o dia, profissionais da área de assistência social e que desenvolvem ações voltadas pela defesa da igualdade social estiveram reunidas no auditório da Faculdade Anísio Teixeira (FAT). E tiveram a oportunidade de discutir questões cruciais para a transformação da sociedade com especialistas de diversos segmentos, inclusive da saúde pública, que fizeram importantes alertas.

Durante a abertura do evento, a presidente do Odungê, Lourdes Santana, ressaltou os desafios e a luta desenvolvida com apoio dos órgãos governamentais e da sociedade para a conscientização de todos.

Um dos palestrantes, o professor de Sociologia Gerinaldo Lima abordou sobre “A realidade da juventude rural brasileira”. Observou que esta parcela da sociedade é “invisibilizada, tanto que não tem acesso às políticas públicas, por falta de resposta do Governo Federal. Não se pensa em “juventudes” e apenas em “juventude”, no singular, esquecendo que a rural precisa ser vista com suas especificações, suas demandas”.

Já o assistente social e coordenador do serviço social do programa DST/AIDS, Raul Araújo de Brito abordou sobre a necessidade das pessoas se prevenirem mais contra o HIV e DST. “Hoje, com o alto índice de HIV, estamos abordando o tempo inteiro a necessidade de uso de preservativo”.