:: ‘Legislativo feirense’

Após a reclamação do vereador Edvaldo Lima (PP) de que não haveria a tarde gospel na Expofeira deste ano, os vereadores governistas discutiram o assunto. O vereador Cadmiel Pereira (PSC) afirmou que esteve com o prefeito José Ronaldo e ele o informou que a tarde estaria mantida normalmente. “O prefeito me disse que não teria nenhuma alteração. Prefiro ficar com a verdade do prefeito que garantiu que o espaço estava mantido”, informou.

Já o vereador Isaías de Diogo (PSC) ressaltou que nenhum vereador foi comunicado sobre a decisão de não haver a tarde gospel. “O secretário não respeitou a bancada de evangélicos que essa Casa tem. Ele não nos chamou para conversar. Parece que somos só para aprovar o orçamento para a contratação de atrações o Município. Queremos mais respeito sobre as atividades evangélicas. Foi fala do secretário sim e que foi corrigida pelo prefeito”, reclamou. O vereador pediu ainda que houvesse uma atração de peso durante a tarde para impulsionar as pessoas a sair de suas casas.

O líder do Governo, o vereador Lulinha (DEM), afirmou ter entrado em contato com o secretário Edson Borges que garantiu a realização da tarde gospel com atrações e ainda que não teria conversado com nenhum dos vereadores para discutir o assunto.

Tom (PEN) reclamou de não haver nenhuma atração de grande peso na festa. Com isso, Tom disse não querer desmerecer os artistas da terra, mas que a falta desta banda fará falta. A justificativa do líder do Governo, vereador Lulinha (DEM), para essa ausência é de que se deveria dar mais oportunidades aos artistas da terra.

Na manhã da última terça-feira (22), em discurso na Câmara Municipal de Feira de Santana, o vereador João Bililiu (PPS) criticou o Departamento Estadual de Trânsito do Estado da Bahia (Detran-BA) pelas “taxas abusivas” que vem cobrando, sobretudo em Feira de Santana.

“Além da situação das altas taxas cobradas quando um veículo entra naquele ‘pátio do absurdo’, um caso novo me chamou bastante atenção: como pode o Detran cobrar R$ 53,00 apenas para receber a informação de que um cidadão pretende transferir seu veículo que acabou de vender? Não bata a própria taxa de transferência e a antecipação do licenciamento?”, questionou.

João Bililiu disse que não é possível que o Governo do Estado da Bahia entenda que essa cobrança seja legal. “Se assim o governador Rui Costa entender, vou sugerir à Assembleia Legislativa do Estado da Bahia que discuta essa situação, pois não vou concordar nunca que essa cobrança seja legal”.

O edil ressaltou que a cidade de Feira de Santana tem quatro deputados estaduais. “Eu não acredito que nem Zé Neto, mesmo sendo líder do Governo de Rui Costa, não concorde comigo. Vou encaminhar ainda hoje um comunicado para o deputado Carlos Geilson relatando essa situação, para que ele possa acionar os demais deputados de Feira de Santana e, com isso, todos, inclusive, Zé Neto, abordem essa tristeza naquela Casa Legislativa”.

João Bililiu finalizou o discurso afirmando que conhece bem a dificuldade do cidadão de baixo poder aquisitivo.  “Eu, enquanto cidadão, na humildade da vida que sempre levei, sei bem a falta que faz no bolso do cidadão humilde, com essas ‘taxas absurdas’ cobradas pelo Governo do Estado”.

O vereador Cadmiel Pereira (PSC) lamentou a violência sofrida pela equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e familiares de um paciente idoso durante prestação de socorro no bairro Brasília, em Feira de Santana, na última terça-feira (22).

“Chegamos ao cúmulo da insegurança pública em Feira de Santana. Onde vamos parar? Uma pessoa enferma em busca de atendimento encontra pela frente a violência. Isso é lastimável. Onde está o amor do ser humano que não respeita nem o momento de dor do seu próximo? Como vamos acreditar num amanhã melhor se a esperança no hoje está sendo abrotada?”, refletiu o edil.

O vereador Gilmar Amorim (PSDC), em seu discurso na Câmara Municipal de Feira de Santana, reclamou do insuportável mau cheiro e mosquitos que estavam no cemitério São Jorge.  Segundo o vereador ele constatou a situação ao participar de um sepultamento no local. “Nem a família ficou próximo para acompanhar o sepultamento. Não é a primeira vez que vejo isso acontecer. Já é o terceiro sepultamento que vou no cemitério São Jorge e vejo essa situação”, afirmou.

Gilmar acha que não é uma boa a vedação dos túmulos e pediu providências a entidade que cuida do cemitério, a Associação Feirense de Assistência Social  (AFAS). “As pessoas já passam pela dor da perda de um familiar e ainda tem que passar por isso”, completou.

Aproveitando o discurso do vereador Gilmar Amorim (PSDC), o vereador Roberto Tourinho (PV), presidente da Comissão de Meio Ambiente na Câmara Municipal de Feira de Santana, começou a fazer oposição ao Governo Municipal. Tourinho pediu ao colega que ele marcasse um dia para que se fizesse uma visita ao cemitério São Jorge. Gilmar disse que existe um mau cheiro grande e muitos mosquitos no local.

“Vamos ir até o local porque não podemos permitir que fique lá a mesma fedentina que aconteceu nesta Casa no ano passado quando um terreno foi doado a AFAS no ano passado. Estão falando da fedentina dos mortos, imaginem quando chegar nos vivos”, disse o vereador, referindo-se a um terreno doado pela Prefeitura Municipal a AFAS através de projeto de lei aprovado na Câmara, terreno esse que está sendo vendido.

O vereador garantiu que o assunto seria discutido pela Comissão de Meio Ambiente. “Na época não era vereador e por isso vamos buscar obter essas informações”, completou.

O vereador Alberto Nery (PT) negou que seja “oposição meia boca” como, segundo ele, disse uma radialista da cidade de Feira de Santana em seu programa. O edil não citou o nome do radialista. Nery disse ter lutado muito para que o candidato do prefeito José Ronaldo, o vereador José Carneiro (PSDB), ganhasse, mas que não havendo bate-chapa não votaria contra ele, que é seu amigo. “O povo elegeu 18 vereadores para ser Governo e três para ser oposição. Um da oposição resolveu debandar, mas somos verdadeiramente a oposição que representa o povo de Feira de Santana”, destacou. Nery explicou ainda que votou em José Carneiro (PSDB) para presidente da Casa por falta de opção.

A vereadora Cíntia Machado (PMB) falou sobre sua ausência na sessão que elegeu o vereador José Carneiro (PSDB) como presidente da Câmara Municipal de Feira de Santana. “Algumas pessoas disseram que estavam assustadas com o meu silêncio e eu as disse que isso se chama maturidade por estar há 12 anos nesta Casa. Nestes dias pude perceber o quanto sou articuladora e por isso incomodei muito”, disse.

Cíntia disse que no dia do enterro do ex-presidente Ronny (PHS) recebeu uma ligação do prefeito José Ronaldo pedindo que ela aguardasse para que pudesse tomar uma decisão na hora da escolha do novo presidente. O mesmo ela disse que ouviu do vereador licenciado Justiniano França, mas ambos não a procuraram.

“Nunca me pediram voto para José Carneiro, a quem parabenizo e desejo sorte”, disse. Ela explicou que não esteve na Casa porque Justiniano França voltaria a Casa, inclusive com uma liminar. Admitiu ainda que após a morte do seu pai, o seu tio, o deputado estadual Targino Machado, ficou em seu lugar e que ela não tomaria nenhuma decisão sem ele. “Respeito o prefeito José Ronaldo, mas respeito muito mais meu tio que é mais do que um líder político, é meu tio”, completou.

Cíntia destacou que deu a sua palavra de que votaria no vereador Tom (PEN) e mesmo com todas as pressões não voltaria atrás. “O vereador José Carneiro agradeceu ao prefeito José Ronaldo em seu discurso de vitória e deve mesmo pois foi graças a ele que se elegeu presidente”, finalizou.

Se dirigindo especial a imprensa feirense, o vereador Roberto Tourinho (PV) explicou sobre o seu posicionamento em relação ao Governo Municipal. Segundo Tourinho, ele chegou a Casa na condição de vereador integrante do grupo do prefeito José Ronaldo. Para ele ser oposição não altera nada em sua vida e voltou a lembrar que os poucos cargos que tinham já foram entregues.

Tourinho disse que não está conversando e nem em leilão. “Já deixei clara a minha insatisfação. Não estou preocupado com nenhum desgaste de ordem política. Sei ser Governo e sei ser oposição com muita tranqüilidade. Eu não sou morno, não sei ser meio termo. Não tenho apego a indicações no Governo, não é isso que pauta o meu mandato”, afirmou.