Pedro Américo foto Anderson Dias site Política In Rosa

Vereador licenciado e atual secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural de Feira de Santana, Pedro Américo – Foto: Anderson Dias/Site Política In Rosa

Após surgir informações de que o vereador licenciado e atual secretário de Agricultura, Recursos Hídricos e Desenvolvimento Rural de Feira de Santana, Pedro Américo (UB), está insatisfeito na pasta a qual está à frente, procurado pelo site Política In Rosa, ele disse que tem trabalhado sempre de forma muito transparente.

“Quando entrei na Secretaria, nós montamos um planejamento de quais seriam os projetos importantes para a zona rural de Feira de Santana e para as feiras livres. Dialogamos muito sobre esses assuntos, chamamos representantes das classes diversas para poder construir esse planejamento com os técnicos. E montamos 42 programas prioritários. Programas que vão desde o fortalecimento da piscicultura; da produção de aves e de ovos; fortalecimento da pecuária; a aquisição de equipamentos como tratores, barcos de pesca, sistema de irrigação para o plantio na zona rural; reforma, manutenção e ampliação do Centro de Abastecimento e das feiras livres”, disse.

O secretário disse ainda que fez uma grande articulação política com a Câmara de Vereadores, pois entendia que não poderia fazer nada do que planejava sozinho. Ele lembra que houve um orçamento aprovado pela Câmara que nunca na história da Secretaria já teve de R$40 milhões. Por isso, Pedro disse ter adequado o planejamento ao orçamento que se construiu. Paralelo a isso, buscou apoio no Governo Federal, Governo do Estado para execução de projetos em Feira de Santana.

“E, naturalmente, quando você vê o ano findar e a forma como algumas coisas foram conduzidas, você se entristece. Mas esse entristecimento não é para Pedro Américo porque entendemos que fazer política é servir as pessoas. A minha tristeza não é uma tristeza de insatisfação pessoal, é uma questão natural. Estamos vendo o ano findar, enfrentando uma das maiores secas da história de Feira de Santana e a Secretaria da Fazenda junto com o setor de contabilidade derrubando todos os processos nossos dizendo que não tem recurso e que não tem dinheiro. Mas eu entendo que gestão é política de prioridade”, afirmou.

Pedro ainda afirmou que, se para a Secretaria da Fazenda e para o setor de contabilidade da Prefeitura, a zona rural, o Centro de Abastecimento e as feiras livres de Feira de Santana não são uma prioridade, isso é uma pena. “Isso entristece a gente. Mas isso não faz com que deixemos de lutar. Nós vamos continuar lutando, insistindo. Essa semana nós estamos mandando para o Governo Federal mais um projeto. Apesar de que o Governo Federal e o Governo do Estado, infelizmente, também estão pensando muito mais na bandeira política partidária que eles têm do que em ajudar o povo de Feira de Santana”, lamentou.

Ainda de acordo com o secretário, existe um deputado federal, ao qual ele não citou o nome, mas disse que é ligado ao Governo do Estado e Federal, que distribuiu vários carros-pipas em cidades ao redor de Feira de Santana e não teve a dignidade de ofertar um para o município de Feira. Ou seja, se preocupa mais com a política do que com as pessoas. “Vivemos um momento em Feira de Santana muito difícil, muito ruim, do ponto de vista da gestão, da visão política de cidade. Precisamos fazer política efetiva para as pessoas”, declarou.

Ele garante que cumpriu com o seu papel de montar o planejamento, conseguir o orçamento, elaborar os projetos e os termos foram feitos. “Mas, naturalmente, existem outras forças políticas que atuam tanto do Governo do Estado quanto do Governo Municipal, na lógica de que impedir com o que a gestão na Secretaria de Agricultura aconteça, como se isso fosse me prejudicar de alguma forma. Como se fosse me prejudicar politicamente. Está prejudicando o povo de Feira de Santana. Prejudicando mais de 12 mil pessoas na zona rural que não tem água encanada em casa e precisam de água para beber”.

Pedro destaca que tem buscado todos os esforços. “Sempre agi de maneira muito transparente e vou continuar sendo assim. Foi assim que eu consegui entrar na política, que as pessoas conseguiram reconhecer o meu trabalho. Um trabalho que é focado na técnica, no esforço, no trabalho, no estudo. Eu não sou aventureiro, não sou herdeiro político de ninguém, minha família não é milionária. Conquistei esse espaço porque o povo de Feira de Santana me deu”, falou.

Continuidade na Secretaria

Questionado se pretende retornar à Câmara, continuar na Secretaria ou irá solicitar um diálogo maior para explanar que não está tendo tanto espaço para trabalhar na pasta, Pedro Américo afirmou que não é uma questão só de espaço. “É, de fato, o setor de contabilidade e financeiro convencer o prefeito Colbert de que a cidade não tem dinheiro pra pagar as coisas básicas. Entendo que é um equívoco, mas não sou técnico. Sei que existem prioridades e cuidar da zona rural de Feira de Santana, que ficou abandonada por mais de 20 anos, é prioridade. É mais prioridade do que outras coisas. De fato, se você não tem dinheiro para tudo, você precisa entender o que é prioridade. Eu vou continuar lutando dentro do governo, fora do governo e também brigando com o Governo do Estado”, explicou.

E continuou: “A Embasa anunciou lucro recorde nos últimos meses dizendo que arrecadou milhões para distribuir para acionistas e o povo passando sede na zona rural. Eu vou continuar lutando. Seja dentro do governo, contra as forças contrárias ao desenvolvimento que a gente quer para Feira de Santana. Seja no Governo do Estado ou no Governo Federal. Agora, claro, o próprio prefeito disse: não tem ninguém insubstituível. A caneta é dele. Se ele aceitar e respeitar a minha luta, continuarei na Secretaria. Se não, vou vim cumprir meu papel na Câmara”, prometeu.

Indagado se acreditava que seria uma retaliação política devido a seu aliado deputado estadual Pablo Roberto (PSDB) ter lançado a sua pré-candidatura a prefeito de Feira de Santana, Pedro afirmou que não acha, ele tem certeza. “Tenho certeza disso. Quando Pablo foi nomeado na Secretaria de Agricultura porque algumas forças políticas que não tinham interesse na sua eleição para deputado, colocaram numa Secretaria que não tem estrutura e recurso para poder fazer política pública. Colocou o Centro de Abastecimento e as feiras livres sem nenhum tipo de orçamento, não tinha nenhum dinheiro para fazer uma dispensa na Secretaria que ele [Pablo] estava. Fizeram isso achando que aquilo ia ser o sepultamento político de Pablo como candidato a deputado”.

Mas, lembra Pedro, o povo de Feira entendeu que precisava ter um político novo, uma liderança nova e por isso elegeu Pablo Roberto deputado sem ter grandes estruturas, sem ter nenhum padrinho político por trás. “Quem estava dentro da campanha sabe a dificuldade que enfrentamos, dentro e fora do governo, para fazer essa candidatura se transformar viável. E o povo de Feira honrou Pablo como o deputado mais votado da história. Por mais que se busque especulações terceiras, nós sabemos a verdade. A condução do processo dos grupos políticos que historicamente dominaram essa cidade para Pablo Roberto foi que ele não tivesse nem a eleição de deputado”, declarou.

Pedro Américo declarou ainda que a eleição de prefeito não é diferente. “Nós sentimos na cidade, de fato, a vontade de fazer uma política de uma forma diferente. Uma política baseada em estudo, técnica, com pessoas boas e qualificadas nos cargos, nas funções, nas diretorias, que possamos buscar a execução de políticas públicas e projetos de verdade, que resolva o problema das pessoas. E que não visem só articulação política ou a politicagem. É claro que isso assusta. Quando começamos a apresentar diversos projetos para a Seagri, projetos de mapeamentos, irrigação, pois temos nove rios na cidade e não temos um projeto de irrigação para poder beneficiar frutas, para poder fazer com que a cidade se desenvolva para gerar renda na zona rural. E quando começamos, fui chamado dentro do setor contábil e fiscal da Prefeitura para me dizerem que sempre a Seagri nunca executou mais do que R$2 milhões por ano. E eu respondi que é por isso que a zona rural está abandonada, as pessoas revoltadas. Disse que queria fazer diferente. Não tivemos a oportunidade de fazer diferente não sei porque. Não sei se é o medo de mostrarmos de que é possível se fazer política de uma outra forma, sem a politicagenzinha que a gente se acostumou. Talvez seja isso”, afirmou.

O vereador licenciado disse que entende que é a hora de Feira de Santana olhar para a cidade, para o modelo político que ela tem e buscar transformações. “Inclusive, já temos informações de que existe uma armação dos antigos grupos políticos, com o próprio PSDB, para que Pablo nem consiga ser candidato dentro do partido. Nós vamos lutar com todas as forças para garantir que essa eleição aconteça e que Pablo possa ser eleito em Feira de Santana como prefeito. E mostraremos que é possível, sim, fazer gestão com respeito as pessoas, ouvindo, tendo diálogo e fazendo política de uma forma diferente”, prometeu.

O vereador licenciado informou que, permanecendo na Secretaria, vai lutar pelos projetos que já elaborou e que são importantes para Feira de Santana. “Posso voltar à Câmara em abril de 2024 para poder organizar o processo político, dialogar. Ou posso ficar na Secretaria até o dia 31 de dezembro de 2024, sendo coordenador da campanha de Pablo. O que não vamos aceitar é que, tendo qualquer outro tipo de escolha por outro candidato dentro do governo, que isso atrapalhe os projetos que queremos desenvolver para as pessoas da zona rural. Não é para Pedro Américo, não é para Pablo Roberto. É executar os projetos que Feira de Santana precisa. E isso é urgente. Precisamos fazer política dessa forma”.

Ele disse que o seu grupo político disputará as eleições, mas vai disputar no mais alto nível. “Você faz seus melhores projetos, eu faço os meus e a população vai decidir isso lá na frente. Quem estiver disposto a elaborar projetos, organizar as coisas, fazer os programas aconteceram, que faça. Eu estou afim. Só não vamos aceitar que tentem impedir que o nosso trabalho aconteça, seja na Câmara ou na Secretaria. Isso prejudica a população de Feira de Santana, que já está atrasada há mais de 20 anos”, finalizou.