Dos 72 municípios que compõem a macrorregião Centro-Leste do estado baiano, 69 estão com o coeficiente de incidência de infecção por Covid-19 elevado, de acordo com dados disponibilizados em Orientação Técnica elaborada pelo Centro de Apoio Operacional de Defesa da Saúde (Cesau) do Ministério Público estadual.  O dado leva a crer que a situação tende a se agravar. Esse foi o principal assunto debatido na última reunião do Grupo de Trabalho para acompanhamento das ações de enfrentamento do coronavírus (GT Coronavírus) do Ministério Público estadual, realizada sexta-feira, 19, conduzida pelos promotores de Justiça Patrícia Medrado e Rogério Queiroz.

O encontro virtual contou com a participação dos promotores de Justiça que atuam nos municípios do Centro-Leste, que já é a quarta macrorregião da Bahia com o maior número de casos ativos do novo coronavírus. Além do alto risco coletivo de adoecimento da população, os promotores alertam para a possibilidade de colapso da rede de saúde, com grande perigo de esgotamento da capacidade de assistência médica local. Ainda de acordo com a mencionada Orientação Técnica do Cesau, em 18 de março a região contava com 271 leitos ativos, estando 219 ocupados, numa taxa de ocupação geral de 81%. Desse total, 127 leitos são clínicos adultos, dos quais 92 estavam ocupados (72%), e 123 são de UTI adulto, com 110 ocupados (89%).

O Centro-leste também concentra 13% dos casos de morte por Covid-19 no estado e é a segunda macrorregião com mais pacientes aguardando regulação em leitos de UTI. Dessa forma, os números revelam a importância da manutenção da implementação de medidas sanitárias e do distanciamento social, como as formas mais eficazes de evitar a propagação do vírus, sob pena de consequências fatais por desassistência.

Os promotores de Justiça ainda receberam informações e formularam perguntas sobre as novas linhagens mais agressivas e infectantes do vírus, o custo médio dos leitos para as prefeituras e para o Estado, os parâmetros de quantitativo mínimo de oxigênio para os municípios que não possuem leitos de UTI e precisam estabilizar os pacientes para a regulação, entre outras questões relativas ao direito à saúde na pandemia.

Participaram da reunião os coordenadores do GT Coronavírus, promotores de Justiça Patricia Kathy Medrado, Rogério Queiroz; e os promotores de Justiça das comarcas da macrorregião de saúde do Centro-Leste, Ana Claudia Fonseca, Analizia Freitas, Augusto Joaquim de Azevedo, Carlos André Pereira, Dila Neves, Grace Melo, Itala Maria Barreira, Lara Vasconcelos, Letícia Baird, Letícia Queiroz, Luciano Medeiros, Marcelo Cerqueira, Nayara Barreto, Nubia Rolim, Pollyanna Quintela, Severina Fernandes, Suzilene Maria Marques, Thiago Pretti e Thyego Matos. (MP-BA)