Precursor de transplantes de órgãos em Feira de Santana, urologista é homenageado na Câmara

Foto: Divulgação/CMFS

Um dos responsáveis pela ampliação do número de transplantes de órgãos, além do crescimento na área de cirurgias urológicas de oncologia em Feira e no Estado, o médico Rodrigo Serapião Mendes foi homenageado na noite de ontem (27), pela Câmara Municipal, com a Comenda Maria Quitéria, honraria proposta pelo vereador Lulinha (UB). A presidente da Casa, Eremita Mota (PSDB), comandou a cerimônia, que foi bastante concorrida, com grande presença de médicos – na mesma noite, a ginecologista Emília Stela de Almeida Cruz recebeu idêntica condecoração. Em um emocionado discurso, Rodrigo fez um retrospecto do avanço da medicina neste município, especialmente nessas áreas.

Recordou que foi em uma visita à Santa Casa de Misericórdia do Recife, nove anos passados, onde ocorreu um dos passos mais importantes para a implementação, na Bahia, dos transplantes de rins, fígado e coração. A capital pernambucana fazia 400 transplantes (ao ano) e a Bahia, em torno de 50. O principal fator para essa condição inferior, neste Estado, era a logística, segundo ele um problema superado a partir daquele aprendizado. “Tínhamos material humano, mas havia a questão burocrática”, argumentou, ao agradecer a um médico da instituição, “doutor Amaro”, que decidiu ajuda-lo, revelando-lhe os meandros para a expansão deste serviço. Em 2014, uma comissão do Ministério da Saúde vistoriou o Hospital Dom Pedro de Alcântara e aprovou-se importante convênio, pouco tempo depois.

Naquela época, disse o médico, não havia urologista que se dispusesse a fazer cirurgias pelo Sistema Único de Saúde, nesta cidade. “Nosso serviço parou de atender pelo SUS”. Uma visita dele a São Paulo teria sido fundamental para a retomada, em nível mais elevado. “Fomos ver como se fazia. Implementamos (a metodologia) em Feira. Temos 1.200 cirurgias oncológicas. Nenhum paciente espera mais de 21 dias, enquanto a regra (de tolerância) é de até 60 dias. Nenhum paciente vai embora de Feira (para ser operado em outra cidade)”. Nesta quase uma década de serviços prestados via SUS, ele apresenta números expressivos: 700 captações de órgãos, 1.400 rins, 700 fígados, 700 corações para válvula.

“Reinserimos o indivíduo à sociedade. Tratamos uma família, não apenas o paciente”, explicou, sobre cirurgias de implante, que já contemplaram inúmeras cidades do Estado, como Vitória da Conquista, Itabuna, Porto Seguro, Guanambi, Ribeira do Pombal, Catu, Alagoinhas. Agradecido, disse que o deputado federal Zé Neto, presente em plenário, foi “provedor” do progresso nos serviços do Hospital Dom Pedro. Disse que divide “ao meio” a Comenda recebida com o colega doutor Carlos Alberto: “sem ele, nada, zero”. E confidenciou, às lágrimas, que o melhor “é quando volto para casa, encontrar Lara, Luíza e minha esposa maravilhosa”. (CMFS)