Gilsam

Gilsam – Foto: Jorge Magalhães

A Câmara Municipal de Feira de Santana (CMFS) rejeitou o projeto de lei para concessão da Medalha Zumbi dos Palmares ao músico feirense Gilson Souza Santana, mais conhecido como Gilsam do Reggae.  Para o autor da proposta, vereador Silvio Dias (PT), a decisão é uma verdadeira demonstração de intolerância religiosa e discriminação racial na Casa da Cidadania.

“Vivemos um triste dia na Câmara Municipal de Feira de Santana. Nosso mandato propôs uma homenagem ao professor, pedagogo, profissional com dois mestrados, doutorando, músico com mais de mil canções compostas. Mas Gilson Souza Santana é negro, é afrodescendente. Gilsam é uma pessoa que luta pela igualdade racial em nosso município, nacionalmente conhecida por sua qualidade musical”, afirma o vereador.

Para aprovação do projeto, como explica Dias, eram necessários 14 votos. “A sessão contava exatamente com 14 vereadores presentes, mas o vereador Edvaldo Lima, já conhecido por sua postura e declarações discriminatórias, de intolerância religiosa, homofóbicas, colocou-se na condição de se abster da votação, o que significava, em regra, que o projeto seria então rejeitado”, denunciou. “Em protesto, nos retiramos e todos os demais projetos caíram da pauta de votação. Mas o que fica muito claro é essa intolerância religiosa dentro desta Casa, é essa discriminação racial que não podemos aceitar”, copletou Dias.

Silvio Dias estendeu o repúdio aos demais vereadores que não cumpriram com o dever de marcar presença da ordem do dia para apreciação do projeto. “Partiu do vereador Edvaldo Lima, mas não podemos esquecer que esta Casa é formada por 21 vereadores, e muitos saíram simplesmente para não votar a concessão da Medalha Zumbi dos Palmares a Gilsam, uma honraria pouco concedida nesta cidade”, destacou, acrescentando que a escolha do músico feirense para ser homenageado foi determinada pela atuação diferenciada de Gilsam no movimento negro em Feira de Santana. (Ascom)