Tarcízio Pimenta

Ex-prefeito de Feira de Santana e médico, Tarcízio Pimenta – Foto: Reprodução/Redes Sociais

O ex-prefeito de Feira de Santana e médico, Tarcízio Pimenta, denunciou em suas redes sociais que a partir de terça-feira (09) o Hospital Casa de Saúde Santana não atenderá mais pelo SUS. De acordo com Tarcízio Pimenta, a orientação veio da própria Secretaria Saúde de Feira de Santana. “Quem depender de atendimento do SUS em ortopedia e procedimentos cirúrgicos pela Casa de Saúde não terão mais. Tudo isso devido a burocracia da Secretaria Municipal de Saúde”, afirmou.

Em entrevista ao site Política In Rosa, Tarcízio explicou ainda que a burocracia era essa que ele abordou em seu vídeo. Segundo o ex-prefeito, não somente a Casa de Saúde, mas outras unidades hospitalares estavam passando pelo mesmo problema. “Restringi a Casa de Saúde Santana porque é um dos lugares onde eu trabalho. Está ocorrendo há alguns dias por parte da Secretaria Municipal de Saúde exigências em relação as Instituições que prestam serviços ao SUS. Exigências como alvará e licença de funcionamento. Nada que não se possa resolver dentro de um acordo ou um termo de ajuste. Situações essas que a própria Secretaria de Saúde não avisou a essas unidades que precisaria fazer ou tomar essas atitudes antecipadamente.”, relatou.

Segundo Tarcízio, determinadas clínicas oftalmológicas e ortopédicas que faltavam apenas um documento também foram descredenciadas. “No geral, são coisas históricas que já acontecem e que vai se negociando até chegar a um denominador comum e encontrar as saídas. Nada de tão grave e mortal que não pudesse ser encontrado uma solução que definisse isso entre a Secretaria e as Unidades”, explicou.

Ainda segundo Tarcízio, a ação da Secretaria foi apenas a de exigir e não dialogar de forma nenhuma. “Não pode e vai ficar por isso mesmo pedindo para suspender que eles não iriam pagar”. Falando especificamente sobre a Casa de Saúde Santana, Tarcízio informou que reuniram os médicos e passaram essa informação. “Já estão sem pagar há quase dois meses pelos serviços prestados. O repasse de verba não foi feito. O hospital vinha trabalhando com recurso próprio. A última folha de pagamento quem pagou foi o hospital. A Secretaria não repassou recurso nenhum. E acredito que as outras unidades também não receberam”, informou.

Conforme Tarcízio, a reunião com o secretário de Saúde e o setor técnico da secretaria ocorreu na tarde desta segunda-feira (08). “O secretário foi enfático em dizer que o hospital já deveria ter suspendido o atendimento a muito tempo. O secretário quem falou e sugeriu alegando que se já não pagou, não vai pagar mesmo. O secretário não mandou [uma informação] oficialmente, mas disse a todos que estavam lá e testemunhas existem. Quem suspendeu [os serviços] foi ele”, afirmou.

Questionado como fica o atendimento com a suspensão desses serviços de ortopedia, Pimenta falou que quem vai sofrer de fato é a população que precisa não apenas do serviços de ortopedia como também de fisioterapia. “Só a Casa de Saúde atende duas mil consultas por mês. São pacientes acidentados, politraumatizados, sequelados de ortopedia. Só as cirurgias de SUS lá são feitas uma faixa de 250 ao mês. Isso representa quase três mil cirurgias por ano”, falou.

Tarcizio ainda informou que soube que o Hospital Ortopédico também já suspenderam os serviços há mais de 15 dias. “O Ortopédico já não está funcionando. Já deixou de atender. Soube que clínicas oftalmológicas também já deixaram de atender”, disse. Tarcízio ressaltou ainda que teme que se alguém precise de uma bolsa de sangue hoje na cidade não consiga. “Existem clínicas que fornecem sangue que também estão sem receber, com o mesmo problema da Casa de Saúde”, afirmou.

Tarcízio lembrou que a cidade de Feira de Santana é pactuada com mais de 40 municípios. E que lhe preocupa que pacientes que vem dessas cidades possam não encontrar atendimento. “Como ficam esses municípios que estão diretamente ligados administrativamente a Secretaria Municipal de Feira numa relação de pactuação? São atitudes drásticas tomadas ao arrepio de qualquer coisa. Essas clínicas não foram nem oficialmente informadas dessas documentações, pois não houve nenhum ofício, e-mail ou nada. E se toma atitudes assim, de forma precipitada. E amanhã, quem for para a porta de um hospital, não vai ser atendido”, lamentou.