O Brasil vai sediar as próximas reuniões diretivas dos Fundos de Investimento Climático (CIFs) entre os dias 19 e 23 de junho. A decisão, confirmada em reunião dos comitês do fundo fiduciário dos CIFs, em Washington, nos Estados Unidos, realizada de 31 de janeiro a 2 de fevereiro último, atende à oferta feita pelo governo brasileiro.

No encontro em Washington, representantes da Secretaria de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda (Sain/MF) transmitiram uma mensagem de engajamento ativo do Brasil com os CIFs na execução de programas e no processo de revisão de sua governança. O acesso ao financiamento internacional será parte da estratégia brasileira para lidar com a transição ecológica no país.

Os CIFs são líderes globais na captação de financiamento climático flexível, seguro e concessional para soluções e inovações climáticas. São fundos multilaterais com montante de capital superior a US$ 11 bilhões e ajudam países de baixa e média renda a se adaptarem e mitigarem as mudanças climáticas. Desde 2008, já canalizaram recursos de doadores governamentais e do setor privado para apoiar mais de 370 projetos em 72 países.

A criação dos CIFs é resultado do reconhecimento, por líderes mundiais, de que as mudanças climáticas representam impactos no processo de desenvolvimento, sendo necessários investimentos inteligentes em escala para fomentar as oportunidades de crescimento verde identificadas nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).

Nas próximas reuniões dos comitês do fundo fiduciário dos CIFs, que ocorrerão no Brasil, espera-se aprovar uma nova governança para os fundos e um novo acordo com o Banco Mundial, que é o seu depositário. Além disso, prepara plano de investimento para aprovação no programa Integração de Energias Renováveis (REI, na sigla em inglês), que contará com US$ 70 milhões dos CIFs para projetos no país, com alavancagem esperada de um para oito, ou seja, podendo chegar a US$ 560 milhões investidos.

Forma de atuação dos CIFs

Ao estabelecer parcerias com governos, setor privado, sociedade civil, comunidades locais e bancos multilaterais de desenvolvimento, os CIFs oferecem financiamento altamente competitivo, o que reduz o risco para os investidores, diminuindo barreiras para testar novas tecnologias, ampliando soluções já testadas, abrindo mercados sustentáveis e mobilizando capital privado para a ação climática.

Os projetos financiados pelos CIFs são implementados exclusivamente por meio dos seguintes bancos multilaterais de desenvolvimento: Banco Africano de Desenvolvimento (AFDB); Banco Asiático de Desenvolvimento (ADB); Banco Europeu de Reconstrução e Desenvolvimento (EBRD); Grupo do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID); e Grupo do Banco Mundial, incluindo a Corporação Financeira Internacional (IFC). No caso do Brasil, os bancos autorizados são o BID e o Banco Mundial.

Programas dos CIFs no Brasil

O Brasil já foi selecionado para participar de três programas dos CIFs:

– Integração de Energias Renováveis – Renewable Energy Integration (REI);

– Natureza, Pessoas e Clima – Nature, People and Climate (NPC);

– Programa de Investimento Florestal – Forest Investment Program (FIP).

(Gov.BR)