Projeto de escola municipal aborda ancestralidade e valorização da beleza negra

Fotos: Divulgação/SEDUC

Resgatar a ancestralidade, desenvolver o sentimento de pertencimento e valorizar a beleza negra, estes são alguns dos objetivos do projeto Sementes Ancestrais, atividade interdisciplinar realizada com os estudantes da Escola Cívico-Militar Municipal 15 de Novembro, no Distrito de Jaíba, zona rural de Feira de Santana.

“Mais de 90% dos nossos estudantes são afrodescendentes e o projeto vem com o objetivo de levá-los a conhecer sua ancestralidade, desenvolvendo o sentimento de pertencimento. Essa imersão na cultura afro descendente, possibilita o fortalecimento e reconhecimento de suas potencialidades e possibilidades de escolha. Todos podem ser e estar onde quiserem”, explica a vice-diretora da escola, Rúbia Machado.

A atividade faz parte do projeto político-pedagógico da escola e todo ano envolve toda a comunidade escolar. Desta vez, professores e estudantes trabalharam 14 subtemas, que abordaram o surgimento das feiras no Brasil desde o período dos escravizados e fotografia e autoestima de pessoas negras, por exemplo.

Na turma de sétimo ano, o subtema “Retratos Negros” trouxe para os estudantes uma nova concepção de imagem sobre eles mesmos e sobre o mundo. A atividade foi dividida em três momentos: conhecimentos teóricos sobre a fotografia, prática com oficina e workshop sobre autoimagem e autoestima negra.

“Os meninos estudaram sobre fotografia, primeiro. Logo depois, nós tivemos uma oficina de fotografia com o João Rego, que é um fotógrafo parceiro e falou sobre luz e os tons de pele negra. Por fim, tivemos um momento de catarse do projeto, com a psicóloga Halley Victoria Lôbo, para entender de que forma esses meninos se viam e foi muito especial”, conta.

Para a estudante Kelly Vitória da Silva Conceição, a dinâmica foi muito importante porque permitiu que os alunos mudassem a forma como se enxergavam. “Com ajuda de todos, conseguimos nos sentir maravilhosos”, conta.

O colega de turma, Keirrison de Jesus Vitório, compartilhou que agora se sente incrível. “Eu ficava pensando sobre como as pessoas me viam, se me achavam feio e consegui abrir mão desse pensamento. Eu me vejo incrível, uma pessoa boa, pessoa bonita, amigável e gente boa”, disse.

O projeto Sementes Ancestrais acontece durante todo o ano letivo e envolve atividades dentro e fora de sala de aula, como pesquisas sobre os temas, oficinas e visitas. A culminância da atividade acontecerá no dia 30 de novembro. (PMFS)