câncer no intestino

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Um alerta do Instituto Nacional do Câncer (INCA). Para 2022, o Brasil deve registrar aproximadamente 41 mil novos casos de câncer no intestino, que abrange tumores no chamado intestino grosso, correspondendo ao colón e ao reto. Esse tumor, que também é conhecido como câncer de colorretal (CCR), é o segundo tumor maligno, excluindo o câncer de pele não-melanoma, mais comum em homens e mulheres. O Março Azul alerta para a prevenção à doença. Ao longo de todo o mês, campanhas informativas chamam a atenção da população para os cuidados necessários para se evitar esse tipo de câncer.

Apesar da falta de estudos mais recentes, o volume de casos é também uma preocupação na Bahia. Segundo uma publicação de em 2014, no estado houve um aumento da mortalidade causada pelo CCR, no período de 1980 a 2012. A coloproctologista do Serviço Estadual de Oncologia (Cican), Glicia Abreu, afirma que é fundamental fazer a prevenção para o câncer de intestino, pois a doença é tratável, na maioria dos casos. “O CCR pode ser curável, caso seja detectado precocemente, isto é, quando ainda não se espalhou para outros órgãos”, reforça.

De acordo com a especialista, o CCR está associado ao aparecimento inicial de pólipos na parede intestinal. “Pólipos são lesões benignas que, ao passar dos anos, sofre alterações até sua transformação para o câncer. Nem todo pólipo vira câncer, mas, devido ao risco de transformação maligna, todos devem ser retirados quando descobertos através do exame de colonoscopia. Dessa forma, a pesquisa de pólipos está relacionada a diminuição da mortalidade por esse tipo de câncer”, detalha a coloproctologista.

Dra. Glicia explica que, embora qualquer pessoa possa desenvolver CCR, vários fatores estão associados a um risco aumentado para essa doença. “Alguns fatores de risco são modificáveis, como dieta, obesidade, falta de atividade física, uso de tabaco e uso moderado a alto de álcool. No entanto, embora a redução desses fatores modificáveis resulte na diminuição do risco de CRC, nenhum efeito dessa modificação é suficiente para reduzir a necessidade de exames de rastreamento [triagem]”, pontua a médica.

Ainda de acordo com Dra. Glicia, existem também os fatores de risco que não são modificáveis, como idade, história pessoal ou familiar de pólipos colorretais ou CCR, condições hereditárias como a síndrome de Lynch, uma história pessoal de doença inflamatória intestinal, origens raciais e étnicas e a presença de diabetes tipo 2.

“A chance de desenvolver CRC aumenta acentuadamente após os 50 anos de idade, com 90% dos novos casos e 94% das mortes associadas ao CCR ocorrendo naqueles indivíduos dessa faixa etária”, alerta.

Atenção aos sinais

Os sintomas sugestivos são os que chamamos de “sinais de alarme”, como enumera Dra. Glicia: “Dor abdominal, perda de peso inexplicável, sangue nas fezes, fezes com diminuição do calibre e massa palpável no abdome”.

A médica afirma que uma alimentação pobre em fibras e rica em carnes vermelhas e processadas está associada ao risco de desenvolver o CCR. “Possivelmente esse tipo de alimentação está envolvido com fatores metabólicos e inflamatórios que contribuem para a carcinogênese”, diz.

A médica reitera que, como existem fatores de risco modificáveis, manter bons hábitos alimentares e atividade física contribuem para prevenção deste tipo de câncer. “Importante salientar que a prevenção, com a realização de exames de rastreamento, como colonoscopia ou pesquisa de sangue oculto nas fezes, são indispensáveis para a detecção precoce do CCR. A colonoscopia, ao retirar os pólipos intestinais, é um instrumento indispensável na prevenção do CCR”, conclui. (Ascom)