Feira de Santana registrou 360 novos casos de HIV em 2018

Foto: Valdenir Lima

No ano passado, 12.794 pessoas de Feira de Santana se submeteram aos exames de sangue que detectam a presença do vírus HIV no organismo. Destes, 360 – que correspondem a 2,7% do total, foram diagnosticados com a doença e inseridos nas estatísticas como novos. Em 2017 o número de casos chegou a 366. Nos últimos dois anos, o Programa IST/HIV/Aids observou uma constância em relação a novas contaminações pelo HIV, mas um crescimento significativo quando comparados estes números com os verificados em 2016, que teve 281 novos diagnosticados, crescimento de pouco mais de 30% em relação ao ano anterior.

Em Feira, geralmente jovens, entre 20 e 39 anos – que estão na idade produtiva e reprodutiva, são quem mais apresentam resultados positivos à doença. Os homens são maioria, mas o número de mulheres está crescendo. O aumento no número de pessoas que contraíram a doença, diz Caroline Oliveira, que supervisora o programa no município, está diretamente relacionada à oferta de exames oferecidos à população. “Quanto mais pessoas se submetem ao exame, mais novos casos são detectados”. Portanto, a relação é direta.

Exames podem ser marcados todos os dias úteis – a solicitação deve ser presencial e obedecer calendário. Entretanto, as grávidas teem prioridade. As campanhas realizadas ao longo do ano e a oferta dos testes rápidos em períodos pontuais como a Micareta, cujos resultados são apresentados em até 20 minutos, também contribuem para esta evolução. O programa também oferece testes convencionais. Mas, diz a supervisora, existem algumas condicionantes para que o teste rápido seja aplicado, como ter mantido uma relação sexual sem a devida proteção – o uso do preservativo é o meio mais seguro de evitar a contaminação pelo vírus que, se não devidamente tratado, provoca a aids.

Na unidade, o setor de enfermagem observa se o teste a ser usado é o convencional ou o rápido. Entretanto, deve-se observar a janela imunológica, que é o período de incubação de cinco a 30 dias, no qual o organismo leva para produzir anticorpos contra o HIV, a partir da infecção, que é detectado no exame de sangue. Se positivo, a pessoa é orientada a procurar imediatamente os especialistas na unidade – equipe formada das áreas da infectologia, psicologia, enfermagem, assistência social, entre outras. Os medicamentos são indicados depois de analisada a carga viral no organismo.