O conteúdo do material produzido pelo Medgrupo, curso preparatório para estudantes de Medicina, recebeu a reprovação das integrantes da Comissão da Mulher da Assembleia Legislativa. “O material didático produzido pelo Medgrupo contém termos machistas de extremo mau gosto, com imagens que desqualificam as mulheres, sendo estas muitas vezes apresentadas de forma preconceituosa e sexualizada”, afirma a presidente do colegiado, a deputada Luiza Maia (PT). A moção foi subscrita pelas deputadas Mirela Macedo (PSD), Fabíola Mansur (PSB), Neusa Cadore (PT), Ivana Bastos (PSD) e Fátima Nunes (PT).

Como exemplo, as parlamentares citaram que, em um dos textos, uma figura feminina portadora de uma doença chamada Vaginose Bacteriana é retratada em um desenho de uma mulher seminua, com vários peixes em cima do corpo, e um homem com nariz tapado, querendo significar que um médico teria ficado “tão enjoado” que o diagnóstico seria evidente. Em outra narrativa, acrescentaram elas, o cheiro de “peixe podre” faria com que a mulher não conseguisse “segurar namorado”. O texto ainda frisa o fato da personagem ter tido relações sexuais com muitos homens.

“É um acinte que, sob o argumento de que nos ‘novos tempos’ a empresa diz ser contra a agenda do politicamente correto, ela se recuse a corrigir sua falha e se desculpar com suas alunas”, reforçaram elas. Acrescentaram ainda que o repúdio se justifica pela “incompreensão do ensino da medicina e por machismo. “Buscamos impedir que livros didáticos propaguem machismo, sexismo, racismo, LGBTfobia ou qualquer outro tipo de preconceitos”, finalizam.