deputada estadual Fabíola MansurA deputada estadual Fabíola Mansur (PSB) se solidarizou na tarde desta segunda-feira (20) com a aluna Heloísa Cohim e informou que apresentará denúncia ao Ministério Público contra o Medgrupo. A polêmica começou com denúncia feita por Heloísa, nas redes sociais, ela cursa o 8º semestre de Medicina na Universidade Federal da Bahia (UFBA) e, ao utilizar algumas apostilas para estudar, se deparou com um conteúdo contendo trechos machistas. O material foi produzido pelo Medgrupo, cursinho para alunos de medicina, que possui filiais em 123 cidades no país.

Um dos tópicos do material explica sobre uma doença chamada Vaginose Bacteriana e mostra a ilustração de uma mulher nua e de um homem tapando o próprio nariz. O texto que acompanha a imagem conta a história fictícia de Damila, uma mulher de 18 anos que não consegue ‘segurar’ namorado por possuir um odor vaginal semelhante a ‘peixe podre’. O texto ainda frisa o fato de a personagem ter tido relações sexuais com muitos homens. “São imagens que desqualificam as mulheres e demonstram o machismo do mais puro mau gosto. As mulheres são apresentadas de forma preconceituosa, sexualizadas, mulheres seminuas, vestida de diabinho. É um acinte e a instituição simplesmente se recusa a se desculpar e corrigir sua falha e se diz não adepta ao ‘politicamente correto’”, explica Mansur.

A parlamentar convocou os colegas para assinarem uma moção de repúdio. “Como médica, presidente da Comissão de Educação, ex-presidente da Comissão dos Direitos da Mulher e membro da Comissão de Saúde, não posso me calar, não podemos admitir que livros didáticos se utilizem do termo ‘lúdico’ para fortalecer preconceitos e reforçar práticas machistas. Nossa solidariedade à aluna, ao protesto feito nas redes sociais e nosso repúdio ao MedGrupo. Na quarta-feira apresentaremos uma moção de repúdio ao MedGrupo por total incompreensão do ensino da medicina e por machismo. Temos que impedir que livros didáticos propaguem machismo, sexismo, racismo, LGBTfobia ou qualquer tipo de preconceito”, defendeu ela.