Entidade que reúne 23 associações de empresas de embalagens, a Coalizão assinou com o governo federal um acordo setorial em parceria com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (ONU Meio Ambiente). A intenção é engajar a população brasileira a separar o lixo orgânico do seco, que pode ser reciclado.

“Separe. Não Pare” estimula o descarte consciente do lixo doméstico. De acordo coma Pesquisa Nacional de Saneamento Básico, metade desses rejeitos é descartado sem qualquer tratamento. Sem o tratamento adequado, há um prejuízo de R$ 8 bilhões, já que se deixa de gerar renda com maior valor agregado aos reciclados.

A ideia é levar a educação ambiental, sobretudo pelas redes sociais, à população na separação dos resíduos, a partir de medidas práticas que podem ser adotadas sobretudo em condomínios e comunidades. Colocar em recipientes diferentes o lixo orgânico e o seco já facilita o trabalho de quem é responsável por transformar esse material.

“O principal objetivo é engajar a população a separar o lixo e dar uma destinação adequada. A ideia é que essa mudança de atitude é o primeiro elo para assegurar que os produtos vão ter a logística reversa”, destacou o presidente do Compromisso Empresarial para Reciclagem (Cempre), Victor Bicca.

Orgânico x Seco

O site da campanha traz orientações sobre o tratamento que deve ser dado em casa ao lixo urbano. Uma distinção básica para saber em que lata colocar os resíduos é avaliar a perenidade dos produtos. Se ficam estragados rapidamente vão para o depósito de orgânicos, como restos de comida; se têm certa durabilidade e que ão possuem orgem biológica, vão para o lixo seco depois de limpos.

Diariamente no País são geradas 180 mil toneladas de lixo por dia nas cidades. Em média, 55% desses volume é de resíduos orgânicos. O que sobra é o lixo seco que pode ser reciclado. De acordo com o Cempre, 65% desse total chega às cooperativas de catadores para ser tratado. Mas esse percentual poderia ser maior se o lixo fosse separado na fonte.

Logística

“Absorver a mensagem da sustentabilidade. Qualquer processo educativo e longo, de qualquer forma a população precisa se apropriar, pois a segregação na origem, ou seja, separar antes de jogar fora é o mais importante”, explica a Diretora de qualidade ambiental e gestão de resíduos do Ministério do Meio Ambiente, Zilda Veloso.

A campanha se debruça sobre mecanismos de logística reversa: nesse modelo, os resíduos reciclados pelos catadores retornam às empresas como matéria-prima das embalagens para que sejam reaproveitados na cadeia produtiva.

As ações da campanha começaram a ser implantadas em condomínios em São Paulo, onde serão distribuídos adesivos que devem ser aplicados em lixeiras para indicar o local correto do descarte do lixo. Segundo Victor Bicca, a medida deve ser ampliada para outra capitais no ano que vem.

Com a adoção dessas medidas, a Coalizão pretende diminuir em até 22% a quantidade de embalagens que são destinadas aos aterros sanitários até o ano que vem. Além disso, as associações também assumem o compromisso da responsabilidade compartilhada, ao se comprometerem a elevar a produção de embalagens de materiais que podem ser reciclados.