Foto: Givanildo Barreto de Assis

Desde 2008 é assegurado, por lei federal, a assistência técnica pública e gratuita para projeto e construção de moradias para famílias de baixa renda. Apesar da determinação existir há 14 anos, a população pouco sabe sobre esse direito e como solicitá-lo. Fato evidenciado nos dados do levantamento do Conselho de Arquitetura e Urbanismo do Brasil (CAU Brasil) que apontam a autoconstrução desassistida como uma das formas mais comuns para execução de obras no país.

Segundo a pesquisa realizada em parceria com o Datafolha, dentre os 50 milhões de brasileiros que realizaram obras de reformas ou construção, 82% são obras irregulares, sem registro junto aos órgãos competentes. Isso significa que, aproximadamente, 41 milhões de pessoas executaram projetos sem a assistência de profissionais tecnicamente habilitados, arquitetos ou engenheiros.

Embora seja mais comum em regiões periféricas de capitais brasileiras e em cidades do interior, a autoconstrução desassistida não é uma realidade apenas entre famílias de menor poder socioeconômico. A escolha de construir residências sem o apoio de um responsável técnico, vem acompanhada da falta de informação, além da antiga premissa de que contratar um profissional qualificado custa mais caro.

Além das complicações estruturais, que podem aparecer já no início das obras, a autoconstrução desassistida gera uma série de problemas legais e para a segurança dos moradores. Um exemplo disso é a ausência dos documentos que autorizam a execução da construção, como o Alvará e o Cadastro Nacional de Obras, deixando a moradia sujeita a multas e embargos, ou até mesmo a demolição em casos mais delicados.

Diante deste cenário, soluções gratuitas têm sido estruturadas para viabilizar o acesso à engenharia de forma democrática, acessível e, principalmente, para conscientizar a população sobre a importância da construção assistida. Um desses recursos é a plataforma Nido que oferece soluções integradas usando tecnologia para apoiar a jornada de construção do usuário.

Lara Sorensen, Diretora Executiva de Novos Negócios Digitais na OR e responsável pela plataforma Nido explica que o objetivo principal do software é viabilizar a construção da casa própria de forma mais segura e econômica. “A plataforma é uma solução integrada que conecta esse usuário a projetos e soluções, pensados para que ele tenha o melhor custo-benefício na construção do seu lar, trazendo informação e engenharia acessível através de uma ferramenta simples, intuitiva e gratuita, guiando o usuário no passo-a-passo para se construir de forma regular” detalha.

Criada pela startup de mesmo nome, a plataforma Nido disponibiliza, de forma on-line e gratuita, projetos de residências para a construção em lotes com mais de 100 m², que podem ser utilizados como referência por qualquer pessoa física. Lara Sorensen reforça que os modelos disponibilizados no site são um ponto de partida para planejamento e o acompanhamento do processo da construção, mas não elimina ou substitui a necessidade do acompanhamento técnico especializado para garantir a adequação dos projetos às necessidades do usuário e a execução da obra.

“Ter um profissional habilitado para acompanhar a obra, além de trazer segurança à execução do projeto, torna o processo mais econômico, tanto do ponto de vista imediato, evitando desperdícios e retrabalhos, quanto a longo prazo, com uma casa construída de forma segura através das práticas corretas de engenharia e arquitetura, evitando reformas desnecessárias no futuro”, Lara Sorensen, Diretora Executiva de Novos Negócios Digitais na OR e responsável pela plataforma Nido.

A importância do acompanhamento por um profissional habilitado em todas as fases do projeto, inclusive durante a execução da obra, é a melhor forma para garantir o sucesso da construção. Além de garantir a segurança da obra, a orientação técnica possibilita que o resultado seja melhor e sem surpresas, tanto no bolso, quanto na estrutura e conforto do novo lar. (Ascom)