Feira de Santana terá a sua segunda edição do Som das Sílabas, sarau soteropolitano dedicado exclusivamente à produção autoral nas áreas da poesia e música, idealizado pelo compositor Gabriel Póvoas. O evento será dia 12 de fevereiro, às 19h30, na Cúpula do Som, e terá como convidados especiais o poeta Antonio Brasileiro e o compositor Tonho Dionorina. Na ocasião, o palco também estará aberto para a divulgação de poesias e canções autorais das artistas presentes. Será disponibilizado um violão de nylon para as participações. A poeta Nívia Maria Vasconcellos fará a mediação do sarau com Póvoas. Produção de Claudinha Ferraz. Couvert individual no valor de R$ 10,00. Mais informações pelo Instagram @somdassilabas.

Com a realização deste segundo sarau em Feira – o primeiro foi em outubro do ano passado –, o Som das Sílabas chega à sua 36ª edição. É que o projeto entrou para o calendário de eventos culturais da capital baiana, sendo realizado toda segunda e quarta, respectivamente, no bar Velho Espanha e na Pastelaria Flor de Lácio. Em outubro, o sarau também teve uma edição especial no Quality Hotel, em Salvador. O que todas as edições têm em comum é a qualidade artística de seus convidados especiais e o fomento à produção autoral de música e poesia no estado. “A intenção é difundir o projeto pelo interior, fomentando a conexão entre artistas de toda a Bahia”, explica Póvoas.

Antonio Brasileiro Borges, ou simplesmente Brasileiro, é poeta, cordelista, editor, ensaísta, artista plástico e professor doutor, hoje aposentado, de Teoria da Literatura na Universidade Estadual de Feira de Santana. Nasceu em Rui Barbosa, interior da Bahia, em 1944, e reside em Feira de Santana desde os anos 70. Brasileiro é membro da Academia de Letras da Bahia, onde ocupa a Cadeira 21, anteriormente ocupada por Jorge Amado e depois por Zélia Gattai.  Além disso, Brasileiro é idealizador da revista baiana de literatura “Hera” e um dos fundadores do “Projeto Chocalho de Cabra” (que reúne artistas em locais públicos para produção de obras de artes). Possui dezenas de livros publicados, entre eles “Caronte” (1995, romance) e “Desta varanda” (2011, poesia) e é considerado um dos mais importantes poetas da Bahia. Seu reconhecimento é notório pela crítica especializada, e sua poesia hoje é alvo de estudos de graduação e pós-graduação por todo o país.

Tonho Dionorina é cantor e compositor e possui vários álbuns lançados, entre os quais “Saca só” e “Nu”. Nasceu em Jussarí, interior da Bahia, mas logo se mudou para Feira de Santana, onde criou suas raízes. Aos 10 anos já se apresentava nas rádios da Bahia. Mais tarde vieram os shows e apresentações em casas noturnas de diversas cidades do Brasil. Já fez músicas para programas de TV e trilhas sonoras para cinema e teatro, entre eles o filme “Cenas do Rio”, de Leon Kassid, e a peça “A Revolta de Canudos”, de Manoelito Guimarães. Em 1993, ganhou o Troféu Caymmi na categoria Melhor Show com “Música das Ruas” e na categoria Melhor Música com “Porrada de Polícia”, parceria sua com Jorge Magalhães, o que lhe garantiu a gravação do primeiro CD: “Música das Ruas”. Já recebeu inúmeras premiações por seus trabalhos, além de participar de vários festivais e shows por todo o país. Em 2003, foi convidado a participar, com outros 24 músicos da América Latina, do Workshop “Cultural Industries”, com o apoio da Unesco, FIM (Federação Internacional da Música) e IMZ (Centro de Música da Áustria) e, em 2004, participou do IV Festival de Artes e Criatividade em Funchal, Ilha da Madeira.

Sobre Gabriel Póvoas

Cantor e compositor, Gabriel Póvoas desde a adolescência mostra o talento e a vocação para a arte. Aos 14 anos, fez sua primeira composição e desde então não parou de produzir obras para seu próprio repertório e para o de outros artistas. Na sua história, possui músicas em parceria com José Carlos Capinan, Marcelo Quintanilha, Aderbal Duarte e o poeta moçambicano Mia Couto. Em outubro de 2018 compôs, com Sandra Simões e Alfredo Moura, a canção “Mestre Moa”, gravada por Caetano Veloso. Lançou em novembro do mesmo ano a música “Não se engane”, parceria com Nívia Vasconcellos e Juliano Valle, gravada por ele com a cantora Zélia Duncan. O artista compôs ainda, em parceria com Daniela Mercury, três faixas da trilha sonora do filme “Canta Maria” (2006), do diretor Francisco Ramalho Jr. Seu primeiro álbum, totalmente autoral, intitulado “Incompleto”, ganhou o Prêmio CATAVENTO de melhor compositor do cenário independente. Integrou o Coletivo Poecrática, composto por “artivistas” e que no período das últimas eleições presidenciais lançou o livro de poesias de resistência “#EleNão – Poéticas combativas ao inominável”, distribuído gratuitamente em formato digital.

Sobre Nívia Maria Vasconcellos

Nívia Maria Vasconcellos é poeta, contista e letrista. Autora dos livros Invisibilidade (MAC), …para não suicidar (Littera/Mondrongo), Escondedouro do Amor (CDL) e A Morte da Amada (Mondrongo). Foi premiada pelo Festival Metropolitano de Música Vozes da Terra (2007 e 2013), pelo Festival de Declamação Antonio de Castro Alves (2002, 2012 e 2013) e pelo Prêmio de Literatura da CDL (2008).  Recebeu o Selo João Ubaldo Ribeiro Ano II (2017), que publicará seu livro “A paixão dos suicidas”. Além disso, tem poemas publicados na Coletânea Prêmio Off Flip (Selo Off Flip) e nas antologias Arcos de Mercúrio (DiaboA4), Cantares de Arrumação, Tudo no mínimo e Estranha Beleza (Mondrongo). É doutora em Literatura e Cultura pela UFBA e atua no grupo literomusical Mousikê&Poíesis.