Solar FerrãoO Estado da Bahia foi o primeiro no Brasil a reconhecer o ofício do vaqueiro como patrimônio cultural (em agosto de 2011), através do Conselho e da Secretaria Estadual de Cultura. Como parte das ações para reforçar esse reconhecimento, a Galeria do Solar Ferrão (Pelourinho) recebe a exposição fotográfica “Imagens dos Vaqueiros da Bahia”, que fica aberta ao público de 20/07 a 14/08. Com seu gibão e chapéu de couro, alpercatas, alforjes, surrões e facão sempre amolado, o vaqueiro é uma figura emblemática do sertão baiano, do nordeste e de outras regiões do país.

A exposição é composta por imagens resultantes do projeto “Histórias de Vaqueiros: Vivências e Mitologias”, reunindo 44 fotografias de Josué Ribeiro, Bauer Sá e Elias Mascarenhas, com curadoria de Washington Queiroz. Além das fotografias, a exposição traz ainda reproduções de falas de vaqueiros, com textos que tratam sobre o seu dia a dia, sua relação com o trabalho, com os animais, com o meio ambiente, além de reflexões sobre a vida, o amor e a morte, sempre em sua linguagem singular.

Estas imagens trazem à tona o não reconhecimento com que têm sido tratados os brasileiros que viveram e vivem nas brenhas, nos matos, no território rural. Protagonista do maior fenômeno sócio-cultural-econômico de fixação e unidade em toda a região Nordeste e em outras regiões do país, o vaqueiro foi o bandeirante que pontuou o território baiano com locais de pouso e currais, que se transformariam nas primeiras cidades do interior da Bahia e do Nordeste. Para tanto, a partir do século XVI, a “civilização do couro” ou civilização vaqueira criou, recriou e cria saberes, procedimentos.