Coordenador de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan), Gabriel Falcetta.

Coordenador de Segurança Alimentar e Nutricional, Gabriel Falcetta – Foto: Bruno Concha

Os alimentos que seriam descartados só por estarem fora dos padrões estéticos de mercado ou a poucos dias do prazo de validade têm ajudado a compor a refeição diária de 28 mil pessoas, atendidas em 300 instituições sociais cadastradas no Programa de Complementação Alimentar Prato Amigo. Coordenada pela Secretaria de Promoção Social e Combate à Pobreza (Sempre), a iniciativa conta com articulação de empresas do ramo alimentício e feiras, com vistas à diminuição do desperdício de alimentos e assegurando o direito ao acesso regular e permanente à alimentação. O programa tem recolhido, mensalmente, 30 toneladas de alimentos, sendo 60% itens de hortifrúti, seguidos de cereais e pães. Os produtos são armazenados em um banco de alimentos urbanos, nos Barris, antes de passarem por um processo de triagem e destinação às organizações beneficiadas.

“Temos uma equipe com nutricionistas que avalia se o alimento pode ser repassado para as instituições. Os produtos geralmente estão em ótimas condições de uso, mas só porque apresentam algum machucado, por exemplo, acabam perdendo valor comercial e são jogados fora. Mas o valor nutricional do alimento continua”, explica o coordenador de Segurança Alimentar e Nutricional (Cosan), Gabriel Falcetta.

Funcionamento – Na prática, o programa Prato Amigo se dá diariamente, de segunda a sexta-feira, seguindo um roteiro preestabelecido, por meio da coleta de alimentos obtidos através de parcerias com Centros de Abastecimento (Ceasa), redes de supermercados e delicatessens, dentre outros estabelecimentos atacadistas. Atualmente mais de 20 empresas estão engajadas na ação.

A entrega das doações ocorre nas instituições sociais cadastradas e são acompanhadas por uma equipe técnica do programa. “A instituição beneficiada no programa Prato Amigo passa por visita técnica, onde é definida quantidade de alimentos que será destinada ao local. É feito todo um relatório, além de vistoria na cozinha da estrutura para verificar o cumprimento de normas da vigilância sanitária. Fora a parte de doação, ainda fazemos um trabalho de educação nutricional para manipulação dos alimentos”, acrescenta Falcetta.

Alívio – Beneficiada pelo Programa de Complementação Alimentar Prato Amigo há mais de dez anos, a Associação Baiana de Hemofílicos (ABHE) auxilia, mensalmente, entre 150 a 200 pessoas que passam por tratamento de hemofilia (doença genético-hereditária que se caracteriza por incapacitar a coagulação sanguínea). De acordo com o diretor financeiro da entidade, Ubiratan Magalhães, as doações de alimentos que a instituição recebe têm ajudado a manter as atividades do dia a dia.

“Não tenho como estimar em valores o quanto o Prato Amigo tem nos ajudado. Como dependemos de doações voluntárias, o dinheiro que gastaríamos com alimentação pode ser alocado para outros custos dos pacientes, como transporte até uma unidade de saúde, na compra medicamentos, exames, enfim, no que precisar”, ressalta.

Recadastramento – Na próxima segunda (8) e quinta-feiras (11), as instituições beneficiadas pelo Programa Prato Amigo deverão fazer o recadastramento. O procedimento ocorrerá no Centro de Cultura da Câmara Municipal de Salvador (Praça Tomé de Souza, s/n – Centro), sempre das 8h às 16h, por ordem de chegada. Serão 150 instituições atendidas em cada dia. A ação será acompanhada por advogados e uma contadora, ambos voluntários, e realizada pelos colaboradores da Cosan. As instituições cadastradas foram previamente convocadas por meio de convite entregue presencialmente, no qual continha as informações sobre os documentos necessários. Neste momento, haverá apenas o recadastramento, não sendo possível a inclusão de novas instituições.