Feira de Santana Zé Neto tem 29% dos votos contra 22% de Colbert Filho

Foto: Gustavo Bezerra / Jorge Magalhães

Postulante à prefeitura de Feira de Santana, o deputado federal Zé Neto (PT) tem 29% das intenções de voto, contra 22% do atual prefeito Colbert Martins Filho (MDB), que tenta a reeleição, aponta levantamento de A TARDE, realizado pela Potencial Pesquisa. Como a margem de erro é de 4 pontos percentuais, há uma situação de empate técnico.

Em seguida, aparecem o ex-deputado estadual e radialista Carlos Geilson (Podemos), com 9% e o vereador Beto Tourinho (PSB) com 5%. O empresário Carlos Medeiros (Novo), o deputado estadual José de Atimateia (PRB) e a deputada federal Dayane Pimentel (PSL) têm 2% das intenções de voto, cada. E a presidente do PSOL de Feira, Marcela Prest, obteve 1%. Outros 11% não sabem em quem votarão e 1% não quis responder. Os que informaram voto em branco ou nulo somam 16%.

Mantido o atual cenário, Feira poderia ter um segundo turno na eleição para a prefeitura depois de 24 anos – a última vez em que isso ocorreu foi em 1996, na disputa entre José Falcão e Josué Mello.

“Promete ser uma disputa acirrada. A gente não sabe o que pode acontecer. O Colbert tem a prefeitura na mão, o que pode lhe dar alguma vantagem. Por outro lado, a rejeição do Colbert é um pouco maior. Pelos números, ele parece ter uma avaliação que não é das melhores. Pode haver um cansaço, pelo grupo político estar há muitas gestões no poder”, afirma Zeca Martins, diretor da Potencial Pesquisa.

Colbert tem a segunda pior rejeição, com 54% dos entrevistados dizendo que não votariam nele de jeito nenhum. Ele perde apenas para Arimateia, que tem 59% de rejeição. Geilson e Dayane aparecem com rejeição de 52%. Empatado tecnicamente com o prefeito nas intenções de voto, Zé Neto tem a menor rejeição entre os postulantes (39%).

Colbert e Zé Neto são também os dois postulantes à prefeitura mais conhecidos, com respectivamente 2% e 5% dos entrevistados dizendo que não os conheciam suficientemente para opinar.

Nos recortes por grupo, o petista leva vantagem contra o emedebista no eleitorado feminino (32% a 21%), entre os que ganham até dois salários mínimos (28% a 19%) e com os mais jovens – com idade entre 16 e 24 anos (39% a 22%). Martins pontua, entretanto, que uma melhor pontuação dentro de determinada faixa nem sempre se traduz em efetiva vantagem nas urnas. É o caso, por exemplo, dos mais jovens, que representam uma fatia menor do eleitorado geral. Já as mulheres ou aqueles com renda menor são faixas mais significativas.

Interesse

A Potencial também questionou os entrevistados sobre o interesse em votar. Perguntados se iriam ao local de votação caso o pleito ocorresse neste momento, 74% disseram que sim, 19% afirmaram que não e 7% não responderam. Na última eleição municipal, o índice de abstenção em Feira foi de 17%.

O cientista político Cláudio André de Souza destaca a possibilidade do aumento da abstenção em um cenário ainda incerto por causa da pandemia do novo coronavírus. “Neste sentido, a Justiça Eleitoral e as demais autoridades públicas precisam apresentar um protocolo de segurança singular em que listem medidas seguras para que os eleitores exerçam o seu direito político mais importante em uma democracia. Sem isso, uma parte da sociedade pode escolher ficar em casa, caso não se convença da segurança sanitária das eleições”, afirma.

Metodologia

O plano amostral da pesquisa foi desenvolvido com um nível de confiança de 95% e margem de erro de 4 pontos percentuais. Foram realizadas 600 entrevistas por telefone e o levantamento está registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) com o nº BA-04344/2020.

As entrevistas foram realizadas por uma equipe contratada pela Potencial Pesquisa & Informação e devidamente treinada para este tipo de abordagem.

A amostra representativa dos eleitores de Feira de Santana foi selecionada com base em cinco Regiões Administrativas (RAs) e nos distritos sorteados aleatoriamente com probabilidade proporcional ao tamanho da população, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O número de entrevistas foi proporcional ao tamanho de cada estrato. A partir daí, foram selecionados aleatoriamente os bairros/localidades de cada estrato com base no tamanho da população. Em seguida, foi feita a seleção aleatória do entrevistado no cadastro, utilizando cotas proporcionais com as seguintes variáveis: gênero, faixa etária, grau de instrução e faixa de renda.

Proporção

As variáveis foram aplicadas nas seguintes proporções: gênero (masculino: 45%; feminino: 55%); faixa etária (entre 16 e 24 anos: 13%; de 25 a 34 anos: 22%; entre 35 e 44 anos: 24%; de 45 a 59 anos: 25%; com 60 anos ou mais: 16%); grau de instrução (analfabeto: 3%; lê e escreve: 7%; ensino fundamental incompleto: 20%; ensino fundamental completo: 5%; ensino médio incompleto: 13%; ensino médio completo: 35%; superior incompleto: 6%; superior completo: 11%) e faixa de renda (até dois salários mínimos: 79%; entre dois e cinco salários mínimos: 15%; mais de cinco salários: 6%).

Todas as entrevistas são verificadas por meio de monitoramento online via sistema e aproximadamente 20% delas são auditadas, segundo o instituto. (A Tarde)