Escola em Feira de Santana amplia aprendizagem por meio da arte musical

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O som marcante do acordeon, também conhecido como sanfona, está criando novas possibilidades de aprendizagem para os estudantes da Escola Estadual Irmã Rosa Aparecida, localizada no Dispensário Santana, em Feira de Santana, a 108Km de Salvador. A arte de tocar esse instrumento está sendo ensinada por meio do projeto Fortalecendo Laços IV – Acordeando, que tem como proposta estimular o protagonismo juvenil, por meio da arte, da cultura e do esporte, para alunos da escola e, também, para crianças, adolescentes, jovens e adultos da comunidade do entorno.

A coordenadora do projeto, professora Ana Cristina Silva, conta que a oficina de acordeon surgiu na unidade em 2015, como forma de homenagear e realizar um sonho da gestora do complexo, Irmã Rosa. “Foi o amor pelo instrumento e pelo forró que levou a nossa gestora a criar o projeto Acordeando. Hoje temos cerca de 20 estudantes, entre 10 e 18 anos, da escola e da comunidade, participando da orquestra, que realiza ensaios diariamente, no período oposto ao das aulas”, explica a coordenadora.

Segundo a professora Ana Cristiana, com o projeto, os estudantes aprendem a ler partituras e aprofundam o conhecimento sobre a cultura regional de várias formas, desde o estudo sobre a história da música e de artistas consagrados, até a relação do instrumento com o modo de vida do nordestino e como é usado em outras regiões do país. Ela também falou sobre outros impactos do projeto no processo de ensino e aprendizagem dos estudantes. “Depois das oficinas de acordeon, os estudantes ficaram mais disciplinados. Muitos se identificaram com a arte, por meio da música, e querem seguir carreira. Eles perderam a timidez e elevaram a autoestima”, avalia.

A orquestra, que tem como regente o maestro Val Santana, se apresenta em atos comemorativos do município, bem como em aberturas de conferências, encontros e seminários nas escolas públicas, privadas e faculdades. Para os festejos juninos, época em que a sanfona é muito lembrada nas festas, os integrantes preparam um repertório com muito xote, xaxado e baião. Músicas religiosas também entram no repertório da orquestra. “O repertório é produzido em conjunto. O professor indica algumas músicas e escolhemos as que nos agradam”, explica o estudante Talisson Hebert Coutinho, 16, 9º ano do Ensino Fundamental II, que faz parte da orquestra há dois anos e diz que escolheu participar das oficinas de acordeon por ser um instrumento que tem um som encantador. “Tocar acordeon é bom demais. Quando estou tocando, viajo nos meus pensamentos. Durante esse período que estou no grupo, estudo muito sobre a importância desse instrumento na música, sua história e quem são os maiores sanfoneiros do país para me inspirar neles, pois quero me profissionalizar na área, ser um grande sanfoneiro”, revela.

Já Railane Sampaio, 14, também do 9º ano do Ensino Fundamental II, a única menina do grupo, diz que resolveu participar da orquestra depois de uma visita a oficina de acordeon. “Fiquei encantada com o som da sanfona. Foi algo que me conquistou. Pensei logo: é isso que quero para mim, para minha vida”, confessa a estudante, que também fala sobre ser a primeira e, até agora, a única menina da orquestra. “No começo fiquei um pouco tímida por só ter meninos, mas ao longo do tempo fui acostumando. Os meninos me deram apoio e, hoje, somos um grupo unido. Agora busco incentivar outras meninas a participarem, porque acredito que seria bem legal ter um número maior de mulheres tocando sanfona e, quem sabe, até criar uma orquestra de sanfona só de meninas”, comemora. (Secom)