Centenas de caixas de som apreendidas pela Prefeitura são destruídasO som característico da madeira sendo quebrada foi ouvido em todos os quadrantes da praça João Barbosa de Araújo, a praça do Fórum. Centenas de equipamentos de som automotivos foram destruídos inicialmente por uma retroescavadeira e amassados por um rolo compressor.

Foi a primeira vez que este tipo de aparelhagem foi destruída em Feira de Santana. Os equipamentos foram posicionados um ao lado do outro, em quase cem metros. As máquinas precisaram de quase uma hora para concluir o serviço.

As caixas seladas foram apreendidas em vários bairros de Feira de Santana durante as diversas fases da “Operação Feira Quer Silêncio”, realizadas nos últimos cinco anos por uma força tarefa formada por vários órgãos, como a Secretaria de Meio Ambiente, Guarda Municipal, polícias Militar e Civil, mais o Ministério Público Estadual.

O prefeito José Ronaldo de Carvalho disse que toda a ação realizada na manhã desta quinta-feira, 9, está amparada por Lei Municipal. “As pessoas devem entender que ouvir uma música não significa incomodar os vizinhos. Ao contrário: devem respeitá-los”. Para ele, a apreensão e destruição vai servir de exemplo para as pessoas que abusam no volume.

Outros equipamentos ainda estão sob a guarda da Prefeitura. O secretário Sérgio Carneiro disse que apenas foram levados à praça os equipamentos que não foram reclamados pelos donos. “Muitos estão sob judice e cabe a Justiça decidir os seus destinos. Se serão devolvidos aos seus donos ou se serão destruídos”. Afirmou ainda que a ação desta manhã é um recado àquelas pessoas que teimam em desrespeitar a Lei.

“Poluição sonora é crime e perturbação da ordem é contravenção penal”, explicou o secretário. “Não é normal que as pessoas tentem impor as suas vontades aos vizinhos”. Parte dos equipamentos apreendidos será doada à instituições sociais sem fins lucrativos e que sejam reconhecidas como de utilidade pública. “Ainda vamos fazer uma nova checagem naqueles que restam dúvidas sobre as suas situações”.

Para o ambientalista José Monteiro Sobrinho, a ação que destruiu os equipamentos foi mais do que simbólica. “A cidade precisa de silêncio. Foi um gesto concreto que tem um lado pedagógico”. Secretários municipais e vereadores estiveram presentes.