Os vereadores de Camaçari voltaram a se reunir com representantes do Sindicato dos Professores da Rede Pública Municipal (Sispec) e do Sindicato dos Servidores Públicos de Camaçari (Sindsec), nesta sexta-feira (11), para prestar conta do que foi discutido em reunião com o prefeito Elinaldo na quinta-feira (10). Os trabalhadores foram recebidos na Câmara Municipal pelos parlamentares da base do governo e da oposição.

O presidente da Casa, vereador Oziel (PSDB), informou que o gestor municipal sinalizou que não será possível conceder este ano o reajuste exigido pelos servidores. “Caso isso ocorra, o prefeito estará infringindo a Lei de Responsabilidade Fiscal, já que o município não possui condições financeiras para conceder o reajuste”, justificou.

O presidente da Comissão de Educação da Câmara, vereador Júnior Borges (DEM), informou que, apesar de todos os esforços, os vereadores entenderam que o município está com dificuldade econômica para conceder o reajuste. “Apesar de ser o desejo do prefeito e de todos os vereadores que o aumento seja dado, cremos que este não é o momento, pois a arrecadação do município caiu muito este ano. Porém, vamos começar, o mais rápido possível, uma mesa de negociação para que em 2018 os trabalhadores sejam contemplados com o aumento justo”, disse.

Ainda de acordo com os vereadores, dentro de 20 dias, o governo vai apresentar o cronograma de pagamento das pecúnias, um dos pontos exigidos em pauta pelas categorias. Os gastos com os pagamentos dos benefícios aos professores e demais servidores municipais custarão aos cofres públicos R$ 10 milhões.

O vereador Teo Ribeiro (PT) defendeu a “paz judicial”, e parabenizou a atuação do presidente da Câmara, do presidente da Comissão de Educação e dos demais parlamentares durante negociação com o Executivo. “Todos insistimos, tentamos negociar até o limite, porém não houve avanço. Mesmo assim, esta Casa estará sempre aberta para fazer a intermediação entre o povo e os poderes públicos”, salientou.

Ainda sobre as paralisações das classes, os vereadores informaram que o governo se comprometeu em suspender a judicialização contra os sindicatos e os cortes dos pontos dos professores caso eles retornem às salas de aula na próxima segunda-feira (14).

O presidente do Sindsec, Silval Cerqueira, informou que, na próxima terça-feira (15), será realizada uma assembleia, a partir das 10h, em frente à prefeitura, para uma paralisação de 48 horas. “Vamos levar para os servidores o que foi discutido e oferecido pelo governo para decidirmos juntos o andamento do movimento”, informou. A categoria dos professores se reunirá no mesmo dia, às 9h, no auditório do Sindticcc.

Ao fim da reunião, os vereadores se comprometeram em continuar dialogando com as categorias para tentar chegar a um acordo. Os professores decretaram greve por tempo indeterminado nesta quinta-feira (10), deixando 42 mil estudantes sem aula.